O
assediador pode ser uma pessoa ou um grupo de pessoas.
O
assediador moral é uma pessoa “perversa”, que se utiliza dos mecanismos
perversos para se defender. É um indivíduo com uma personalidade narcisista que
ataca a auto-estima do outro, transferindo-lhe a dor e as contradições que não
admite em si mesmo: o seu ego é tão grandioso quanto a sua necessidade de ser
admirado e a sua falta de empatia. Como não está apto a superar a solidão que o
separa do mundo, dirigindo o amor para fora de si, é insaciável em sua busca de
gratificação, sentindo intensa inveja das pessoas que são felizes e têm prazer
com a própria vida. A crise existencial cerca o destino do narcisista,
impulsionando-o a procurar uma vítima da qual possa absorver a vida. Incapaz de
reconhecer sua culpa e responsabilidade pelo mal que causa a si mesmo, o
narcisista transfere esse sentimento para a vítima que passa a destruir
moralmente: primeiro a contamina com sua visão pessimista do mundo, até
induzi-la à depressão, depois passa a criticá-la pelas suas fraquezas. O
perverso só consegue existir e ter uma boa autoestima humilhando os outros. Na
personalidade do narcisista, o sentimento de suficiência e singularidade; o
exagero na avaliação de suas próprias realizações e talentos; a fixação em
fantasias de sucesso, poder, inteligência superior e beleza; a tendência ao
exibicionismo; e a suscetibilidade ou intolerância à crítica. Muitas vezes o
objetivo do assediador é massacrar alguém mais fraco, cujo medo gera conduta de
obediência, não só da vítima, mas de outros empregados, que se encontram ao seu
lado. Ele é temido e, por isso, a possibilidade de a vítima receber ajuda dos
que a cercam é remota. A meta do perverso, em geral, é chegar ao poder ou nele
manter-se por qualquer meio, ou então mascarar a própria incompetência. O
importante para o assediador é o domínio na organização; é controlar os outros.
(Continua)
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