2009/10/29

Cinco títulos para decidir na Baja de Portalegre 500



Muitos são os motivos de interesse para a 23ª edição da Baja BP Ultimate Portalegre 500, competição válida para a Taça Internacional FIA de Bajas, para o Campeonato de Portugal Vodafone de Todo-o-Terreno, Campeonato da Espanha de Todo-o-Terreno e Troféu Ibérico de Todo-o-Terreno, que vai para a estrada na próxima sexta-feira, dia 30 de Outubro.

No seu regresso ao calendário do Campeonato Nacional de Todo-o-Terreno de Motos, a competição alentejana pontuará ainda para os Troféus KTM/Husaberg e Troféu Polaris Challenge.

Na verdade e em termos desportivos, há nada menos do que cinco títulos ainda em aberto. A saber:

1) Taça Internacional FIA de Bajas: Os três principais pretendentes ao título de 2009 - o russo Boris Gadasin (Proto G-Force), o checo Miroslav Zapletal (Mitsubishi L200) e o holandês Tonnie Van Deijne (Mitsubishi Pajero) - vão-se encontrar em Portalegre para a derradeira prova do calendário, numa fase em que o primeiro tem três pontos de vantagem sobre Zapletal e quatro sobre Deijne.

2) Campeonato de Portugal Vodafone de Todo-o-Terreno: Com a ausência forçada de Carlos Sousa, ainda a recuperar de problemas físicos, o leque de candidatos ao título nacional deste ano fica reduzido também a três pilotos: Filipe Campos, actual campeão nacional e líder do campeonato, com 53 pontos; Bernardo Moniz da Maia, segundo com 49; Miguel Barbosa, terceiro, com 47. Uma coisa é certa: o título continuará na posse de um piloto de um BMW X3!

3) Campeonato da Espanha de Todo-o-Terreno: no campeonato de "nuestros hermanos", dois candidatos para a vitória: o catalão Jaume Collelldeval lidera com 396 pontos mas Javier Blanco, com 384, poderá ainda aspirar a anular os 12 pontos que actualmente regista de desvantagem;

4) Troféu Ibérico de Todo-o-Terreno: Dois grandes candidatos, ambos portugueses e da mesma equipa: Moniz da Maia lidera com três pontos de vantagem sobre Filipe Campos, numa luta que se confunde com a do título nacional. Rui Sousa ainda tem possibilidades matemáticas de poder chegar ao triunfo, mas as reais são bem mais complicadas.

5) Campeonato Nacional de Motos TT1: Dois pretendentes separados por um escasso ponto: David Megre lidera, com 211 pontos, mas Pedro Oliveira está na segunda, com 210, numa luta que estará ao rubro nos sectores selectivos de Portalegre.

Portanto, muito ainda está em aberto para esta 23ª edição da Baja BP Ultimate Portalegre 500. Como se não bastasse, a prova reuniu nada menos do que 256 inscritos, 86 automóveis, a que se juntam 80 motos, 65 quads e 25 buggies, na primeira edição de Portalegre realizada depois do desaparecimento do seu criador, José Megre, numa dimensão que será a melhor forma de dignificar a memória do seu mentor, mantendo a Baja BP Ultimate Portalegre 500 o estatuto de verdadeira referência do todo-o-terreno nacional.

Recorde-se que esta será a segunda competição pontuável para o Memorial José Megre, competição liderada por Guerlain Chicherit, vencedor do Rali Vodafone Transibérico, mas que não marcará presença em Portalegre.

O programa da Baja BP Ultimate Portalegre 500 inicia-se com as verificações administrativas e técnicas, que decorrem nas instalações da NERPOR, no dia 29 de Outubro (5ª Feira). No dia 30 de Outubro (6ª feira), será realizada da parte da manhã a Super Especial (SSS1) e o SS2 com cerca de 120 km, na parte da tarde e apenas para automóveis.

Para sábado, dia 31, está reservado um dia intenso de competição, com dois sectores selectivos - SS3 e SS4 ¬- com cerca de 150 e 220 km respectivamente, isto para os automóveis, já que as motos apenas farão um único sector selectivo, na distância de 370 Km. A prova termina com a habitual cerimónia de pódio e entrega de prémios na noite de sábado.

(In, http://www.autosport.pt)

2009/10/27

HALLOWEEN em Portalegre...

CONTA-ME HISTÓRIAS...


Aqueles que, só pela mão da fortuna, de vulgares cidadãos se tornam príncipes alcançam o mando com pouca fadiga, mas só com muito esforço o conseguem manter. Não experimentam dificuldades na caminhada para o poder, parecendo que para lá vão voando. As dificuldades surgem depois de serem entronizados. (...) Os que assim sobem à condição de príncipe ficam dependentes da vontade e da fortuna de quem lhes proporcionou o trono, que são duas coisas assaz volúveis e instáveis, não sabendo nem podendo garantir a sua conservação. Não sabem - porque, a menos que seja um homem de grande habilidade e virtude, não é razoável que, tendo sempre vivido como vulgar cidadão, saiba comandar; não podem - porque não dispõem de forças que lhes possam ser amigas e fiéis. Além disto, os estados que surgem de repente, como todas as outras coisas da natureza que nascem e crescem rapidamente, não desenvolvem as raízes, o tronco e os ramos, sendo destruídos pelo primeiro temporal. Isto, a menos que aqueles que, como eu disse, de repente se tornaram príncipes possuam tanta virtude como a fortuna que tiveram quando o estado lhes caiu no regaço e saibam, rapidamente, preparar-se para o conservar. (…)

Nicolo Maquiavel, in 'O Príncipe'


O meu amigo Josué saiu do emprego onde trabalhou durante muitos anos. Nove ou dez já não sei precisar. Parece que foi para outro emprego onde o novo patrão reconhece o esforço e o empenho de quem gosta realmente de trabalhar. Recebe mais, passa melhor e sente-se muito bem, diz ele que nunca foi recebido de tal forma nem teve nunca as excelentes condições de trabalho que tem hoje. Continua a trabalhar muito e a descansar pouco, tal qual ele gosta.

Mas lá no antigo emprego nem toda a gente gostou e agora é que a porca torce o rabo – oh pá, vão ter de trabalhar mais. Mas lá até sabem trabalhar, o pior não é isso…

É que parece que chegou a hora do Príncipe. Entrou no seu castelo senhorial que, logo, logo revolucionou. Tudo foi esmiuçado e levianamente achincalhado; o que não estava à vista virou calúnia; críticas choveram de todos os lados e a todos acusaram, pelo que outros fizeram e pelo que não fizeram e pelo que podiam ter feito ou que ainda está por fazer…

É sempre assim quando há uma transição de poderes e seres… o passado não existe ou então, tudo o que fez, não tem qualidade e nada vale; é por estas e por outras razões que cada dia que passa menos carolas há para gerirem interesses desinteressantes e gratuitos.

Mas também se tem de acreditar em novas ideias e ideais, para melhor se fazer; isso seria óptimo!! Claro está que o Josué não acredita em nada disto. Só quer ver para acreditar!!

Parece que este Príncipe já lá estava antes mas não mandava nada. Aliás não queria saber de nada. Desconhecia tudo, mas até reconhecia saber sempre tudo. É esquisito ser assim!

Mas o que não sabiam é que o Príncipe também acha que os seus serviçais não são dignos dos aposentos que ocupam e parece que (acha ele) separando as águas, as ondas negativas depositadas ao longo dos anos nas paredes do palacete, servirão para arejar os espaços e não contagiarão negativamente mais ninguém e, mantém a atitude incoerente e megalómana, que se apressa a impor.

Quando ele pensa e opina, os seus fiéis seguidores fazem a respectiva vénia de subserviência total, coitadinhos!! Senão, cai o carmo e a trindade sobre as suas cabeças! Não sabem eles que ao primeiro desmoronar de pedras, este Príncipe aliado a poderes ocultos e paranormais, esfumar-se-á num ápice, como que num passe de magia, deixando os seus fiéis seguidores na incerteza e com as culpas no cartório de todas as manigâncias e esquemas encapuçados.

As boas ideias levou-as há muito tempo o vento que por ali passou, por entre as frestas das ameias entreabertas, deixando um ondular melancólico do pano desfraldado da bandeira azul e branca ainda suja pelo pó da masmorra fétida onde um dia a depositaram……

A imaginação é rica em cenários, quase sempre fruto dos devaneios que ocorrem em ápices de deslumbramento e sonho, logo após uma forte e poderosa bebedeira!!!

O Josué afirma a pés juntos que parece mesmo já ter passado por aquele palacete. Havia ali algo de familiar, era uma sensação boa de sentir e de se estar bem mesmo, mas que num instante se desvaneceu como nuvens negras se desfazem bruscamente no ar quente em caiem gota a gota meticulosamente em chuva viscosa e morna.

Talvez fosse da ressaca!

O meu amigo Josué está muito contente com a vida que vai levando, calma e descontraída. Cada dia que passa mais aprende e mais se interessa pelos verdadeiros e reais valores que o dia a dia lhe proporciona.

Vive um dia de cada vez, mas com intensidade controlada. E como é aquele grande sentimentalão, tem sempre na memória a saudade eterna de todos os momentos bons que a memória encerra, como peças dum puzzle que a vida lhe montou. É nestes momentos que nada se lhe pode dizer, pois fica de tal forma sério e abstraído do que o rodeia, que mete respeito e receio. E então é melhor deixá-lo no seu passado real e no seu sonho de um futuro melhor e promissor. O melhor é fugir de perto. Nestas alturas é um chato! Não há pessoa mais casmurra que o meu amigo Josué . Ele até o diz sorrindo: «Ninguém é mais teimoso do que eu; ainda está para nascer o meu substituto!!»

Mas no fundo no fundo ele é mas é um persistente que sabe muito bem o que pretende e que vai persistir mais e mais até alcançar objectivos há muito tempo definidos.

Um destes dias vamos encontrar-nos de novo e cortar de fio a pavio todas as novidades do nosso burgo, e quem sabe, falar das novidades do tal palacete e do tal Príncipe que até nem tem orelhas de burro!!

Mas essa é outra história p’ra contar.

Até lá….

Malafaia

2009-10

2009/10/18

Obrigado amigo...


Obrigado não, foi de boa vontade, diria certamente o meu amigo Josué! Não gosta nem quer que lhe digam obrigado seja por que razão for, porque aquilo que faz, fá-lo com toda a vontade do mundo e gosta do que faz, sem obrigações, sem recorrer a subterfúgios nem artimanhas para alcançar pelouros ou louros.

E porque a sua maneira de ser, para quem o conhece bem (e digo bem, pois há muita gente que julga conhecer desconhecendo) é sobretudo o de não levantar muitas celeumas nem de se gabar do que faz ou do que fez ou do que deixou de fazer e se inchar na praça pública, porque é ou porque deixa de ser.

Nada disso!

O que o Josué fez ao longo da sua vida em prol dos outros está à vista de todos, para todos verem e analisarem, se assim o entenderem. Tudo o que fez fê-lo conscientemente e com profissionalismo e, por isso, está tranquilo e seguro do dever cumprido.

E só não vê quem não quer.!

A história da vida se encarregará (ou não!) de demonstrar o trabalho desenvolvido; quem achar, que tudo não passa de um logro ou que se prejudicou alguém ou procedeu incorrectamente com alguma coisa, que apresente provas concretas.

Ou então avalie coerentemente os resultados isento de influências e más opiniões e que os guarde para si.

Um dia irá de certeza sorrir-lhes ao vê-los passar!!

O que mais me magoa nesta vida é a falsidade de certas pessoas que, sob a capa do poder consentido e dado de mão beijada, se intitulam reis e senhores do Universo, sendo no fundo, meras figuras de um ignóbil baralho de cartas, que se joga quando é novo e se atira para o fundo de um canto pelo muito uso de tanto manuseamento e esquemas fáceis.

São os batoteiros da vida que passam o tempo a enganar o próximo com o logro e a ganância do poder de poder trocar os outros por figuras de tabuleiro, em que as peças se baralham e trocam, conforme as necessidades, para que no fim só possa haver um vencedor – o batoteiro.

O importante significado desta dissertação é única e exclusivamente um desabafo, qual testemunho de desonestidade e falsidade dos que um dia julgaram ter o poder dos sentidos e dos sentimentos.

Por agora fico-me por aqui, ponto final.

Contudo, prometo voltar… em breve.

Malafaia

2009.10

2009/10/07

É A VIDA!




De novo alguém saiu de entre nós, deixando um enorme vazio e imensas saudades das suas entusiásticas “larachas” sempre bem dispostas e das suas sábias histórias de um erudito mestre. Na memória ficará mais um grande amigo que nos deixou.

Foi meu Professor de História e de Moral no Liceu Nacional de Portalegre e sempre um grande amigo o Revº. Padre Dr. Heitor Patrão.

A última vez que conversámos e trocámos impressões foi no Natal de 2008, na organização da Exposição de Presépios de Todo o Mundo gentilmente emprestados pela Diocese de Portalegre e Castelo Branco à Associação Comercial, ao qual o Pe.Patrão deu um importante contributo, para a realização deste evento, como perito na escolha criteriosa das extraordinárias peças de arte religiosa que apresentou.

Até sempre Sr.Padre.

João Belém

Lisboa, 4 de Outubro de 2009


Há uns tempos a esta parte que neste meu Blog tenho colocado posts e outros escritos sobre amigos e conhecidos, que na minha opinião merecem uma palavra amiga, o meu louvor, um carinho especial ou um abraço numa carta de palavras, por serem pessoas dignas de respeito, por serem ou terem tido um significado importante na minha vida.

Muitos amigos já partiram de perto de nós e de quem muitas saudades temos.

O seu número preocupante tem aumentado, infelizmente neste meu espaço, o que significa a precariedade desta vida e o espaço de tempo cada vez mais curto para ultrapassar os desafios a que nos propomos alcançar.

«É a vida», alguém disse, com um encolher de ombros, «não há nada a fazer, ainda que a alguns a tenham toda pela frente. Esta vida que vamos vivendo tem um misto de ternura e ferocidade, entre compaixão e perfídia… O homem tem consciência de estar a caminhar para a morte e por isso a sua relação com o mundo é de angústia, preocupação, complexo de culpa.... ...» (Paolo Virzi)