A
vítima do terror psicológico no trabalho não é o empregado negligente. Ao
contrário, os empregados com um senso de responsabilidade quase patológico, são
ingênuos no sentido de que acreditam nos outros e naquilo que fazem, são
geralmente pessoas de bem, educados e possuidores de valiosas qualidades
profissionais e morais. De um modo geral, a vítima é escolhida justamente por
ter algo mais. E é esse algo mais que o perverso busca roubar. As manobras
perversas reduzem a auto-estima, confundem e levam a vítima a desacreditar de
si mesma e a se culpar. Fragilizada emocionalmente, acaba por adoptar
comportamentos induzidos pelo agressor. Seduzido e fascinado pelo perverso o
grupo não crê na inocência da vítima e acredita que ela haja consentido e,
consciente ou inconscientemente, seja cúmplice da própria agressão. Portanto, a
vítima do assédio moral não é uma pessoa pacata, sem opinião própria, que fica
em seu canto somente esperando o salário no final do mês ou simplesmente um
executor de tarefas pré-determinadas. O agressor não se preocupa com este tipo
de pessoa, pois esta não lhe ameaça o cargo, não transmite perigo. A vítima em
potencial é aquela que leva o agressor a sentir-se ameaçado, seja no cargo ou
na posição perante o grupo. A vítima é, normalmente, dotada de responsabilidade
acima da média, com um nível de conhecimento superior aos demais, com uma
auto-estima grande e, mais importante, acredita piamente nas pessoas que a
cercam.
Perfis
para as vítimas de assédio moral:
- Trabalhadores com mais de 35 anos;
- Saudáveis, escrupulosos, honestos;
- As pessoas que têm senso de culpa muito
desenvolvido;
- Dedicados, excessivamente até, ao trabalho,
perfeccionistas, impecáveis, não hesitam em trabalhar nos fins de semana, ficam
até mais tarde e não faltam ao trabalho mesmo quando doentes;
- Não se curvam ao autoritarismo, nem se deixam
subjugar;
- São mais competentes que o agressor;
- Pessoas que estão perdendo a cada dia a resistência
física e psicológica para suportar humilhações;
- Portadores de algum tipo de deficiência;
- Mulher em um grupo de homens;
- Homem em um grupo de mulheres;
- Quem tem limitação de oportunidades por ser
especialista;
- Aqueles que vivem sós;
-
Mulheres casadas e/ou grávidas e/ou que têm filhos pequenos.
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