2012/07/17

Não aceite um não como resposta. Insista em tomar uma ação imediata.


Os sinais de alerta de AVC
■ dormência súbita ou fraqueza da face, braço ou perna, especialmente de um lado do corpo.
■ confusão súbita, dificuldade para falar ou compreender.
■ dificuldade súbita visão em um ou ambos os olhos.
■ súbita dificuldade para caminhar, tontura, perda de equilíbrio ou coordenação.
■ dor de cabeça súbita e intensa sem causa conhecida.
■ Nem todos os sinais de alerta ocorrem em todos os tempos. Não ignore os sinais de AVC, mesmo que eles vão embora.
■ Verifique o tempo. Quando foi que o primeiro sinal de alerta começar? Você será solicitado a esta questão importante mais tarde.
■ Se você tem um ou mais sintomas de AVC que duram mais que alguns minutos, não demora!
Se você está com alguém que pode ter sintomas de derrame, ligue imediatamente para 9-1-1 ou o EMS. Espere a pessoa a protesto de negação é comum.
Não aceite um não como resposta.
Insista em tomar uma ação imediata.

2012/07/13

Posso escrever os versos mais tristes esta noite.





Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Escrever, por exemplo: "A noite está estrelada,
e tiritam, azuis, os astros lá ao longe".
O vento da noite gira no céu e canta.

Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Eu amei-a e por vezes ela também me amou.
Em noites como esta tive-a em meus braços.
Beijei-a tantas vezes sob o céu infinito.

Ela amou-me, por vezes eu também a amava.
Como não ter amado os seus grandes olhos fixos.
Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Pensar que não a tenho. Sentir que já a perdi.

Ouvir a noite imensa, mais imensa sem ela.
E o verso cai na alma como no pasto o orvalho.
Importa lá que o meu amor não pudesse guardá-la.
A noite está estrelada e ela não está comigo.

Isso é tudo. Ao longe alguém canta. Ao longe.
A minha alma não se contenta com havê-la perdido.
Como para chegá-la a mim o meu olhar procura-a.
O meu coração procura-a, ela não está comigo.

A mesma noite que faz branquejar as mesmas árvores.
Nós dois, os de então, já não somos os mesmos.
Já não a amo, é verdade, mas tanto que a amei.
Esta voz buscava o vento para tocar-lhe o ouvido.

De outro. Será de outro. Como antes dos meus beijos.
A voz, o corpo claro. Os seus olhos infinitos.
Já não a amo, é verdade, mas talvez a ame ainda.
É tão curto o amor, tão longo o esquecimento.

Porque em noites como esta tive-a em meus braços,
a minha alma não se contenta por havê-la perdido.
Embora seja a última dor que ela me causa,
e estes sejam os últimos versos que lhe escrevo.


Pablo Neruda

2012/07/01

VAMOS AO TEATRO


ACTO IV

 

A história continua em passos de dança cigana,
O martírio prossegue, insano…
A tragédia aproxima-se do apogeu grandiloquente…
O pano irá cair no palco enegrecido e sofregamente,
perante toda a plateia atónita, o cenário mudará de tons e sons,
minoritariamente o público ausente rejubila por finalmente sair, 
por não se vislumbrar nada de novo 
num final épico que se adivinha…

(Saio célere qual flecha arremessada do suplício do dia triste
Que dilacera o ânimo e destrói a esperança.
Aguardo sem fé de que algo útil se descortine
Em tamanha mediocridade disfarçada de inteligência mórbida,
Tal como mórbido é o sentimento que me assola a alma...
Largar tudo e todos perder e esquecer,
Por entre sombras e sons, cada vez mais inaudíveis até... se desvanecerem,
E a paz finalmente reinar à minha volta, diante da luz ténue das velas acesas
Na celebração fúnebre de um terminus).
 
Ficarão promessas…
Descréditos!

Não voltarei a cometer a tentação de mudar o imutável
Convencer cépticos e megalómanos.
Loucas tentações e anseios de viragem brusca e violenta.

Aparecerão profetas…
Inéditos!

Sairei voando desse espaço num instante,
Cantarei o verão das cores e dos odores,
Com sorte e graça.
Sairei com tudo e de nada me vale sorrir ao mundo e às estrelas do firmamento,
Porque serei então feliz
De nada me valendo os brados de protesto e urras de justiça.
Dos que me criticam e me atiram na cara os erros do começo.
Vou regressar a um passado presente num futuro incondicional…

Cai o pano (abruptamente)

 e sem aplausos…

Um vazio gela o meu sentimento de indiferença. Nada merece nem um mero comentário.

FIM