2012/05/06

Portalegre

Entre as vastas planícies douradas do Alentejo encontra-se o pacato distrito de Portalegre, um sereno destino do interior repleto de arquitectura barroca, colossais castelos medievais e intrigantes locais com vestígios megalíticos. 

Partilhando a sua localização com a imponente Serra de São Mamede, entre Portugal e Espanha, este bucólico distrito impõe-se com a sua paisagem singular formada pelos campos ondulados da sub-região do Alto Alentejo e pelas florestas densas e luxuriantes que caracterizam o norte do país.

Graças a esta posição estratégica junto à fronteira espanhola, Portalegre foi um ponto crucial na defesa nacional durante a Idade Média, tornando-se num dos distritos historicamente mais aclamados de Portugal. Além disso, sabe-se que Portalegre já era habitado muito tempo antes da época medieval e evoca a memória do património primitivo com os seus inúmeros vestígios romanos e monumentos pré-históricos.

Visite Portalegre e as suas sinuosas ruas calcetadas, que o conduzirão às principais atracções; dos edifícios de inspiração barroca aos requintados museus, dos fabulosos exemplos de arquitectura religiosa aos magníficos fragmentos das muralhas medievais.

A uma curta caminhada da Praça da República, o centro histórico da cidade, poderá admirar as varandas de ferro forjado que adornam o Palácio Amarelo, bem como os tradicionais azulejos azuis e brancos que decoram a escadaria de granito do elegante Palácio Achaioli. Entre no famoso Convento de São Bernardo e contemple o delicado túmulo do seu fundador, aprecie a colecção de pinturas maneiristas na bela Sé Catedral de Portalegre e fique a conhecer a espantosa tradição do distrito na área das tapeçarias no Museu da Tapeçaria Guy Fino. A colecção de arte sacra em exibição na Casa Museu José Régio é outra sugestão digna de visita. 


Parque Natural da Serra de São Mamede
Esta singular reserva natural foi criada em 1989 e é um dos exemplos mais interessantes da biodiversidade do país. Com um pico que atinge os 3500 metros de altitude, este parque protegido combina o cenário rural do Alentejo com a paisagem luxuriante das regiões do norte de Portugal, criando o habitat perfeito para uma enorme variedade de fauna e flora. Castanheiros, carvalhos, vinhas e olivais, raposas, javalis, águias-de-Bonelli e a maior colónia de morcegos de toda a Europa são alguns dos surpreendentes exemplos de vida selvagem que poderá encontrar durante a sua visita ao distrito.

Locais históricos

  
Sé de Portalegre
Construída em finais do período renascentista, esta elegante catedral situa-se no ponto mais elevado da cidade e é uma das atracções mais emblemáticas da cidade. Constituída por arcadas abobadadas, três naves, uma grande cúpula e um atractivo claustro adornado a azulejo, este monumento do século XVI é um requintado exemplar da arquitectura religiosa do distrito. Uma bela colecção de mais de 90 pinturas maneiristas também adorna o interior da catedral, sendo considerada uma das suas principais atracções.
 
 
 
(Texto In, http://www.portugal-live.net/P/places/portalegre.html)

2012/05/05

PORTALEGRE, CIDADE PORTUGUESA

Portalegre é uma cidade portuguesa, capital do Distrito de Portalegre, na região Alentejo e sub-região Alto Alentejo, com cerca de 15.800 habitantes.
É sede de um município com 446,24 km² de área e 25.980 habitantes (2001), subdividido em 10 freguesias. O município é limitado a norte pelo município de Castelo de Vide, a nordeste por Marvão, a leste pela Espanha, a sul por Arronches e Monforte e a oeste pelo Crato.

Freguesias

As freguesias de Portalegre são as seguintes:

História

A fundação de Portalegre remonta ao séc XII a.c. por Lísias, filho do Deus Baco, que ali repousou trazendo consigo gente que vinha na sua companhia. Edificou um forte, que serve de Igreja de São Cristóvão, dedicado a sua filha Maia, aquela que iria dar o nome àquela povoação. Maia arruinou-se e D. Afonso III procede à sua reconstrução, elevando-a à categoria de vila em 1259.
Em 1290, D. Dinis fortifica Portalegre e edifica o seu castelo com 12 torres e 7 portas (8, segundo alguns historiadores). D. João III, em 1550 eleva Portalegre a cidade, no dia 23 de Maio. Nesse mesmo ano, cria a diocese portalegrense. Portalegre torna-se capital do distrito com o seu nome em 1835, aquando da formação dos distritos no dia 18 de Julho. A ela, ficam associados 15 concelhos: Alter do Chão, Arronches , Avis, Campo Maior, Castelo de Vide, Crato, Elvas, Fronteira, Gavião, Marvão, Monforte, Nisa, Ponte de Sor, Portalegre e Sousel.

Geografia

Portalegre é a ligação entre o Alentejo seco e as Beiras. Aqui não existe uma orografia estanque, existe sim, um emaranhado de paisagens que conferem a este lugar características únicas. Cercada pelo sistema montanhoso de S. Mamede, Portalegre encontra-se entre 400 e 600 metros de altitude. A sul, do concelho podemos encontrar uma paisagem tipicamente alentejana, de seara e azinheira e a norte uma paisagem tipicamente beirã, serras e montes, penhascos e vales.
  • Altitude: 438 metros.
  • Latitude: 39º 16' 59" N
  • Longitude: 007º 25' 59" O

Natureza

Portalegre, pela sua posição geográfica, suporta um legado natural invejável. Os miradouros pelos quais podemos apreciar as belezas naturais deste lugar, deixam dar uma espreitadela pelos encantos dos contornos da cidade. Os miradouros:
  • Miradouro de Santa Luzia – Situado na Serra de Portalegre (679m) com magnífica vista sobre a cidade de Portalegre – Salão Frio.
  • Miradouro da Penha – Situado na Serra da Penha, inclui uma belíssima Capela do século XVII.
  • Miradouro das Carreiras – Local panorâmico de grande beleza paisagística. Na freguesia das Carreiras pode apreciar-se também a calçada medieval
  • Miradouro da Igreja de Nossa Senhora da Lapa – Pequena Igreja cavada na rocha situada a 1 km da povoação de Besteiros. Belíssima panorâmica do parque Natural da Serra de São Mamede.
  • Pico da Serra de São Mamede – Situado a 1025m de altitude, é o ponto mais elevado do continente português a sul do Tejo. Magnífica vista sobre a barragem da Apartadura, a Vila de Marvão, a Serra da Estrela e boa parte da Estremadura Espanhola. A sua geologia traduz-se na presença de xistos, grauvaques, calcários e quartzitos, litologia que se reflecte na variedade dos solos.
A visitar: Parque Natural da Serra de São Mamede.

(Textos In, http://www.memoriaportuguesa.com/portalegre)

2012/05/03

Cidade de Portalegre

Por parecer da associação de arqueólogos, em 31 de Março de 1934, foi superiormente determinado que a bandeira municipal tenha as cores amarela e negra, com listal branco e negro. O amarelo traduz nobreza, fé, fidelidade, constância e liberalidade. O negro representa a terra e exprime firmeza e honestidade.

As armas da cidade são de prata, com pano de muralha ameiado e flanqueado por duas torres, também ameiadas, tudo negro. As torres são iluminadas de oiro. O pano de muralha tem uma porta de oiro pregada e ferrolho negro. “Em chefe”, as quinas de Portugal. Coroa mural de cinco torres.
 
(Texto In, http://www.cm-portalegre.pt/page.php?page=348)

2012/05/01

Portalegre: As Obscuras Origens


O historiador Marc Bloch afirmava, citando de memória outro autor: “em todas as coisas humanas, são sobretudo dignas de estudo as origens”. Nada é mais verdadeiro.

O interesse por essas origens é tanto maior e mais intensamente vivido quanto mais misteriosas e paradoxais as possamos antever ou perceber, justificando plenamente a citação que Edgar Morin escolheu como abertura ao último capítulo do Paradigma Perdido: “ o que é claro de mais não é interessante”.

O desafio é tanto maior e tanto mais válido, quanto mais difícil se torna penetrar no âmago das coisas humanas, numa tentativa de redescobrir o passado. Tudo isto é válido no que respeita a Portalegre.

Como mais antigas referências documentais aponta-se o foral de D. Afonso III (1259) – cujo texto permanece desconhecido –  e uma carta datada de Abril de 1229, em que João Peres Avoino e Marinha Afonso vendiam umas casas que possuíam na vila de Portalegre, ao Mestre da Ordem dos Templários. No aglomerado urbano, deparamos também com alguns monumentos – as muralhas, mandadas construir por D. Dinis, o Convento de Santa Clara, o Convento de S. Francisco, e a Igreja do Espírito Santo (Século XIV). Mas do Século XIII para trás, limitamo-nos a contemplar o enorme vazio que se transforma rapidamente numa grande interrogação.

Como surgiu o aglomerado urbano? O que levou as populações a fixarem-se neste local?

O argumento veiculado por diversos autores, de que as constantes guerras entre cristãos e muçulmanos teriam impedido a existência duradoura de povoações nesta região, longe de constituir um obstáculo, uma barreira intransponível, deve transformar-se num incentivo para procurarmos sinais mais recuados. Muito mais recuados do que a ocupação romana.

A pretensa localização em Portalegre da Ammaia romana, que durante séculos foi considerada certa, esfumou-se, desapareceu, no início dos anos trinta do século XX. Uma inscrição epigráfica esclareceu definitivamente a questão: Ammaia situava-se junto a Marvão, no lugar de Aramenha.

Então, quanto a Portalegre e à sua origem, podem existir não uma, mas uma multiplicidade de respostas.

Vamos recuar no tempo, vamos penetrar nos tempos imemoriais de antes da escrita, na Pré-História, plena daquela “sensação de presságio” de que falava Giorgio de Chirico.

A região de Portalegre foi habitada desde o Paleolítico Inferior, como o demonstram os achados de seixos rolados e lascas atribuídos ao Acheulense inferior e superior e ao Languedocense na jazida pré-histórica de Porto da Bôga, freguesia de Alegrete, estudados por Manuel de Oliveira Jorge e Eduardo da Cunha Serrão. Esta jazida inscreve-se nas que existem em todo o curso do rio Caia, e que tem sido estudadas desde 1920 por Henri Breuil.

Mais recentes, entre o quarto e o início do terceiro milénio antes da nossa era, encontramos diversas manifestações do Megalitismo. As antas das freguesias de Urra, S. Lourenço, Fortios e Alegrete, são testemunhas mudas, da permanência milenária do homem nesta região. Merecem um destaque particular as antas de Entre Ribeiras, Misericórdia, Monte Nogueiro e Campino. Os vestígios romanos, esses encontram-se em abundância em Fortios, Urra e Alegrete.

Por fim, assinalam-se também os enigmáticos túmulos antropomórficos, de origem desconhecida mas presumivelmente proto-cristãos, se encontram representados no concelho – Almojanda, Curral de Jaco, Tapada do Álvaro e Desvário.

As construções de falsa cúpula, estas abundam e disseminam-se um pouco por todo o lado.

Todos estes vestígios testemunham uma permanência humana milenar que antecedeu a formação do aglomerado urbano. Quanto a este, ele é, certamente, medieval, com a fortificação de uma elevação – onde está o castelo – dominante do vale que constituiu, ao longo dos séculos, uma rota comercial que atraiu viajantes através deste Porto Alegre.

Porto: lugar de passagem. Alegre, pela verdura decorrente da água abundante. Que contraste com as regiões circunvizinhas, mais áridas e secas!

Quem resistiria a fixar-se num lugar destes?


(texto da autoria do Prof. Doutor António Ventura)
(Texto In, http://www.cm-portalegre.pt/page.php?page=845)
(Imagem In, http://c2arquitectos.blogspot.pt/2007/04/braso-de-portalegre.html)