2008/01/23

Carnaval de máscaras...

Máscaras de olhar ignóbil e frio
máscaras que contam a vida de fio a pavio
- as máscaras não andam de bocas fechada, não é?
máscaras hipócritas com choro de jacaré
máscaras com riso de palhaço desgraçado
máscaras de um qualquer ser abandonado
máscaras de olhar de esfinge, Monalisa ou Monroe
máscaras que dizem pouco do que fui, e do que sou
máscaras gregas, romanas, francesas, italianas
máscaras amarelas, brancas, pretas ou ciganas
de velhotes, jovens ou de inocentes meninas
de homens obscenos ou de senhoras sérias e finas
máscaras mal pagas e eternamente descontentes
mas que nos olham tão alegres e sorridentes
- Oh, mas que máscaras tão simpáticas são elas!
máscaras que afinal deixam muito por dizer
máscaras de amigo que nos apunhala sem querer
- coitadinho, tropeçou! Oh como são encantadoras e belas
aquelas máscaras, causas de tão bons humores
- agora digam-me, seus pequenos dissimuladores,
para que com a minha conversa não mais vos mace:
- o que se esconde por destrás dessa ilusória face?

Desconhecida

2008/01/17

A solidão é...

A solidão é , na maioria dos casos, uma segunda pele...ou talvez já tenha nascido connosco, fazendo parte dos genes...
A fuga a esta sensação de se flutuar no meio da multidão implica um grande esforço, uma grande luta interior que nos esgota,tantas vezes,,,!!!
E a promessa, mil vezes repetida que agora vou conseguir...fica, por ai mesmo.-promessa!
Uma autoestima destruida, uma vida com muitas perdas, com demasiadas perdas...é a trave mestra deste sentimento de frio na alma, de solidão profunda... à espera de alguém que abrace, que pegue ao colo...mesmo sendo já tão grandes!!!
Fica aqui a minha solidariedade de solitária a todos/as que saibam do que falo.
Para os outros/as que usam dessa fragilidade para seu próprio proveito...fica esta reflexao.
Quem sabe, se ....

(Anónima)

2008/01/10

Já saiu para a rua o Nº. 6 de «Notícias do Estrela»

A última estrela

A última estrela que me enviaste
morreu
e enterrei-a ao fundo da hortinha
no campo da ribeira grande
ao pé dos choupos...
do buraco pequeno
onde repousa
sai, em noites de negrura
uma luz
intensamente branca
para que eu lhe saiba sempre
o lugar;
esta, foi mais uma das muitas
que me tens enviado.
Algumas vivem
e transformam-se em pássaros
ou em borboletas;
outras, regressam a ti
com recados meus
a servir de cartas;
outras ainda
pegam-se à minha saudade
e morrem de tristeza!
Eu aviso-as, como posso
que não devem ficar
mas elas, que não me querem
ver só
quedam-se nos meus olhos
enchem-se de luz
e vão morrendo
nas gotas redondas
que às vezes os pássaros
vêm beber...
e fico mais triste sem elas...
E porque sabes tudo
o que me acontece
há tantas vidas que nos perdemos
e ainda continuas
a enviar-me estrelas
e a acender em mim
constelações
pela calada da noite!...

B.

2008/01/09

ORAÇÃO A SANTO ANTÓNIO



Ó meu rico Santo António
Meu santinho Milagreiro
Vê se levas o Zé Sócrates
P'ra junto do Sá Carneiro

Se puderes faz um esforço
Porque o caminho é penoso
Aproveita a viagem
E leva o Durão Barroso

Para que tudo corra bem
E porque a viagem entristece
Faz uma limpeza geral
e leva também o PS

Para que não fiquem a rir-se
Os senhores do PSD
Mete-os no mesmo carro
Juntamente com os do PCP

Porque a viagem é cara
E é preciso cultivar as hortas
Para rentabilizar o percurso
Não deixes cá o Paulo Portas

Para ficar tudo limpo
E purificar bem a coisa
Arranja um cantinho
E leva o Jerónimo de Sousa

Como estamos em democracia
Embora não pareça às vezes
Aproveita o transporte
E leva também o Menezes

Se puderes faz esse jeito
Em Maio, mês da maçã
A temperatura está boa
Não te esqueças do Louçã

Todos eles são matreiros
E vivem à base de golpes
Faz lá mais um favorzinho
E leva o Santana Lopes

Isto chegou a tal ponto
E vão as coisas tão mal
Que só varrendo esta gente
Se salvará Portugal