2007/07/14

FILATELIA

Selos Portugueses emitidos pelos CTT - Correios de Portugal, SA em 2007
17 de Abril
FAUNA MARINHA DA MADEIRA
A presente série filatélica inclui oito espécies representativas de diferentes grupos da fauna marinha da Madeira, aliás extraordinariamente diversa e relevante. Muitas outras, no entanto, poderiam ser seleccionadas com igual legitimidade, como o mero, a freira, o caramujo ou a castanheta, para referir só algumas.
CAGARRA, Calonectris diomedea borealisAve marinha de grande porte e voo planado perto da superfície da água. Nidifica em colónias, ruidosas no início e fim do dia, nas falésias costeiras, em buracos escavados no solo ou em cavidades rochosas. Esta subespécie distribui-se por todo o arquipélago, sendo particularmente abundante nas Ilhas Selvagens. A cagarra é actualmente vulnerável, estando dependente de uma estratégia de conservação.
LAPA, Patella asperaMolusco gastrópode cuja concha pode atingir 7 cm. Vive sobre as rochas na zona das marés, especialmente nas áreas mais expostas às ondas. Distribui-se pelas costas do Atlântico Norte, tendo relevância na gastronomia madeirense.
BÚZIO, Charonia lampasMolusco de grandes dimensões (pode atingir mais de 30 cm), sendo mesmo o maior búzio do Atlântico Norte europeu. Muito apreciado em termos gastronómicos, vive habitualmente em fundos rochosos, onde se desloca lentamente e se alimenta.
PEIXE-ESPADA PRETO, Aphanopus carboPeixe carnívoro de aspecto feroz que pode atingir mais de metro e meio de comprimento. Vive em cardumes que nadam em profundidades variáveis entre os 700 e 1500 m, durante o dia, fazendo migrações para águas mais superficiais durante a noite. Alimenta-se de peixes, lulas e crustáceos e tem grande importância na gastronomia da Madeira.
BODIÃO, Sparisoma cretensePeixe litoral, comum nos arquipélagos dos Açores, Madeira e Canárias, também conhecido por Veja, Vieja ou Papagaio. As fêmeas são vermelhas e amarelas, os machos cinzentos, atingindo os maiores exemplares cerca de 50 cm de comprimento e 3 kg de peso. Deslocam-se lentamente em pequenos cardumes junto aos fundos rochosos, onde se alimentam de algas calcárias e de pequenos invertebrados.
TARTARUGA-BOBA, Caretta carettaRéptil migrador que atinge um comprimento de carapaça de 1,2 m no estado adulto. Nas águas da Madeira encontram-se quase exclusivamente exemplares jovens, com cerca de metade destas dimensões. Vive predominantemente no mar alto, e alimenta-se essencialmente de alforrecas e lulas. A grande maioria das tartarugas desta espécie existentes na Madeira nasceu nos areais das costas da Florida, E. U. A.
FOCA-MONGE, Monachus monachusTambém designada lobo-marinho, é um dos mamíferos em maior perigo de extinção, existindo em todo o mundo escassas centenas de exemplares, na sua maioria nas costas da Mauritânia. Na Madeira, nas Ilhas Desertas e na Ponta de São Lourenço, reside uma população com mais de 25 indivíduos em processo de recuperação e crescimento. O lobo-marinho pode atingir 3 m de comprimento e 400 kg de peso. Bom nadador, repousa em terra e abriga-se em praias no interior de grutas, alimentando-se de peixes, moluscos e crustáceos.
ANÉMONA-GIGANTE, Telmatactis cricoidesÉ um animal do grupo dos celenterados, com simetria radial e aparência de uma flor exótica, com cores variáveis. Vive fixado às rochas de fundos litorais, sempre resguardado da luz solar, em fendas ou grutas, podendo alcançar 40 cm de diâmetro.

19 de Abril
Barragens de Portugal
A década de 40 do séc. XX é um marco na história da engenharia civil e do aproveitamento hidroeléctrico em Portugal. Em 1948, foi criado o LNEC - Laboratório Nacional de Engenharia Civil com a dupla missão de fazer investigação e experimentação nesta área do conhecimento. Dois anos antes tinha sido publicada a lei que definiu as linhas mestras da electrificação do País. E, em 1948, é instituída a Comissão Nacional Portuguesa das Grandes Barragens que, desde logo, integrou a International Commission on Large Dams.
O envolvimento imediato do LNEC nos estudos de barragens levou à criação, em poucos anos, do Departamento de Barragens de Betão. Até 2005, em pouco mais de cinquenta anos, portanto, o Núcleo de Modelação Matemática e Física da instituição realizou 111 modelos de barragens, sendo 20 da Europa, 6 de África, 7 das Américas, 9 da Ásia e 40 de Portugal. Elaborou, ainda, 76 modelos matemáticos.
Nesta emissão de selos são mostradas quatro barragens - Aguieira, Valeira, Alto Lindoso e Castelo de Bode - vistas segundo duas perspectivas: enquanto obras grandiosas de engenharia e como modeladores da paisagem envolvente e das suas potencialidades turísticas. Além disso, representam diversos tipos de rendimento destas infra-estruturas, como a transformação da energia hidráulica em energia eléctrica, irrigação, controlo de caudais de cheia, fonte de abastecimento de água para consumo público e para incrementar a navegabilidade dos rios.
A Barragem da Aguieira, que entrou em funcionamento em 1981, situa-se em Penacova/Mortágua, na foz do rio Dão. Tem 89 m de altura e 400 m de comprimento. Além de gerar e distribuir electricidade, regulariza a irrigação agrícola e o controlo da subida das águas no Baixo Mondego.
A montante do Douro, foi edificada, no concelho de S. João da Pesqueira, a Barragem de Valeira. Concluída em 1975, além de fornecer electricidade, contribuiu sobremaneira para a viabilização da navegabilidade do rio, corrigindo um desnível de 32 m, um cachão em que, até à sua construção, se perderam bens avultados e naufragaram muitos homens, entre eles o Barão de Forrester, influente escocês produtor e exportador de vinho do Porto.
A Barragem do Alto Lindoso, no curso do rio Lima, em Ponte da Barca, concluída em 1992, encontra-se dentro do Parque Nacional Peneda-Gerês. É o maior e o mais potente produtor hidroeléctrico do País e, com a cota de coroamento a 339 m, é também uma das construções mais altas.
Entre as importantes barragens portuguesas, a Barragem do Castelo de Bode, sendo também uma das mais antigas (1951) é ainda uma das de maior comprimento: 402 m. Integrada na bacia do Zêzere, em Tomar/Abrantes, além de produzir energia eléctrica, é aproveitada para a captação da água que abastece Lisboa, regulariza o caudal do rio e é um lugar muito procurado para a prática de actividades recreativas, como a vela, o remo, a pesca e o windsurf.

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