2007/07/10

A amizade
é uma história particular. É uma história de conquista. Primeiro, descobre-se o outro. Toda a gente parece igual, mas não é. E é justamente essa coisinha diferente em cada um que torna cada pessoa única. E de repente ali está a sementinha da amizade fecundada. A gestação começa. São pedacinhos de nós que vão ficando nas conversas e pedacinhos do coração do outro que vão caminhando para dentro de nós. Há os risos e os sorrisos, a partilha de coisas simples ou de coisas importantes. As descobertas, cheias de surpresas muitas vezes. A voz calada que pensa, não diz nada... adivinha!... Fazemos ideia imediata de uma pessoa ao primeiro contacto. Julgamos? Talvez. E só os próximos dias, horas ou instantes vão nos dizer se julgamos certo. Acontece de nos termos enganado em certos pontos e quantas vezes não bendizemos isso! Claro que ninguém gosta de estar enganado. Se todos os enganos fossem assim abençoados!... A sensibilidade do outro nos toca. Dá até vontade de chorar. Não sabemos direito o porquê de nos sentirmos próximos de alguém assim tão longe, tão diferente e tão igual. Mas amizade, como o amor, não se questiona. Vive-se. Dela e para ela. É preciso dar tempo ao tempo para se saber cativar e ser cativado. Quando saímos às pressas sempre temos o risco de deixar alguma coisa esquecida. Mas se tomamos o tempo de olhar bem, reflectir, conversar, conversar e conversar... e rir e brincar e ficar em silêncio!... Se deixamos que essa flor nasça cuidadosa e docemente... aos poucos ela vai vendo a luz do dia. Maravilhando-se. Contemplando o outro com novos olhos, ou nova maneira de olhar. Tudo vira encanto! Que o outro ria de mim ou para mim, mas que ria! Gargalhe, faça festa!... Que eu seja nem que seja por um pouco responsável por esse rosto iluminado, por essa vontade de viver e de ver o que virá depois. Bendita seja essa gestação amiga! Sem prazo, sem tempo, sem hora marcada! Bendita seja essa amizade, essa prova de que Deus se faz conhecer através das pessoas que alcançam e entram no nosso coração.
L.Thompson

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