2007/07/30
Saudade
Saudade é querer viver o já vivido,
Querer amar e ter amado já…
Sentindo o coração anoitecido,
Querer beijar a luz que o sol lhe dá.
Saudade é ver fugir o bem perdido,
Não podendo ir com ele onde ele vá;
Ai, saudade afinal é ter nascido
Na certeza que a vida acabará!
Horizontes sem fim, novas paisagens…
Saudade é vago espelho onde as imagens
Têm vida para além da realidade.
Saudade é tudo enfim que me rodeia;
Um relevo de passos pela areia;
A morte, a vida, o amor, tudo é saudade…
(ANRIQUE PAÇO D'ARCOS)
2007/07/29
2007/07/28
Enquanto dormias
Enquanto dormias
Eu velava por ti!
Com meus sentimentos,
Mesmo à distância,
E estando eu também dormindo,
Eu velava por ti!
Enquanto eu sonhava,
Aproveitei para te ver dormir.
Fui aos céus e recomendei
Aos anjos, sonho leve.
Desci ao inferno e, nos argumentos
Convenci-os a não te procurar nesta noite.
Voltei ao teu quarto,
E tentei dos teus sonhos participar.
Não havia espaço pra mim.
Por isso fiquei ao teu lado...
Velando por ti!
Rotti Muhr
Meu Alentejo!
Deixei o mundo do avesso,
Travesso,
E busquei fonte de água limpa…
Andei no carreiro do monte
E encontrei uma fonte;
Água límpida me sorriu
E a bebi.
Olhei para os campos
Onde as oliveiras são rainhas,
Majestades minhas!
Seus frutos áureos
Enfeitando a terra barrenta,
Sedenta de lavouras.
Acariciei o trigo
Amigo…
Cheirei ervas que lá crescem
Vi sois que lá aparecem,
Lindos!
Noites estreladas,
Abençoadas!...
Brancas as suas casas,
De outras cores enfeitadas…
Pessoas encantadas,
Encantadoras…
Real e doce miragem:
Meu Alentejo!
(autor desconhecido)
2007/07/24
FILATELIA
7 de Julho
As 7 Novas maravilhas do Mundo 12 de Julho
Cascais 2007 - Campeonato de Mundo de Classes Olímpicas de Vela
2007/07/23
A PONTE PARA O SEMPRE
Não há mais qualquer bravo cavaleiro,
Pensamos, às vezes,
além das aventuras.
É um prazer estar enganado.
Princesas e cavaleiros,
encantamentos e dragões,
mas também continuam a ser
Em nosso século, só mudaram de roupagem.
Contudo, os mestres da realidade ainda nos encontram
que uma descarga de fogo azul nos envolve agora,
A intuição sussurra a verdade!
Não somos poeira, somos magia!
Feche os olhos e siga sua intuição.
Richard Bach
2007/07/22
TODOS OS DIAS
2007/07/21
O AMOR
Algo muito complicado...
Amamos quem não queremos
e não amamos quem devemos...
Se o procuras não o encontras,
se o evitas dás de caras com ele...
Umas vezes é longo mas muito calminho,
outras é curto mas muito intenso...
Chega sem avisar e
vem sempre para ficar...
Não quer saber se é bem-vindo nem
dos estragos que fez ou que vai fazer...
E por mais que estejas preparado,
consegue sempre surpreender-te...
Não faz girar o mundo mas
faz valer a pena que o mundo gire...
O amor é algo que...
Simplesmente acontece...
2007/07/20
LIVRO PARA FÉRIAS
2007/07/19
Hoje apetece-me escrever sobre...
2007/07/18
SEJAM EXTREMAMENTE CUIDADOSOS,
ESTA INFORMAÇÃO CHEGOU ESTA MANHÃ,
POR FAVOR MANDEM A TODOS OS SEUS AMIGOS
VOCÊ PODERÁ RECEBER
SE VOCÊ RECEBER
SE VOCÊ ABRIR O ARQUIVO,
A SEGUIR VOCÊ IRÁ PERDER TUDO DO HD
ESTE É UM NOVO VÍRUS QUE COMEÇOU A CIRCULAR NO SÁBADO À TARDE.
PRECISAMOS FAZER TODO POSSÍVEL PARA PARAR ESTE VÍRUS:
A AOL JÁ CONFIRMOU A SEVERIDADE,
POR FAVOR DIVULGUE-SE
A MeninaTranslúcida
Vê-se a luz do sol dentro dos seus dedos
Brilha em sua narina o coral do dia.
Leva o arco-íris em cada fio do cabelo.
Em sua pele, madrepérolas hesitantes
Pintam leves alvoradas de neblina.
Evaporam-se-lhe os vestidos na paisagem
É apenas o vento que vai levando seu corpo pelas alamedas.
A cada passo, uma flor,
a cada movimento, um pássaro
E quando pára na ponte,
as águas todas vão correndo,
Em verdes lágrimas para dentro dos seus olhos.
Cecília Meireles
2007/07/17
FILATELIA
9 de Maio
Há 150 anos nasceu, em Londres, o general Robert Stephenson Smith Baden-Powell (1857-1941). A sua heróica participação na Segunda Guerra dos Boers (1899-1902), que opôs os colonos sul-africanos de origem holandesa e francesa ao exército britânico, levou-o a escrever um manual para batedores do exército com instruções sobre como acampar e sobreviver em regiões inóspitas. Um dia viu uns rapazes a criarem brincadeiras com base nesse livro. Entusiasmou-se e, em 1907, resolveu organizar na pequena ilha de Brownsea, no Canal da Mancha, um acampamento com vinte rapazes a quem ensinou primeiros socorros, práticas de observação e técnicas de segurança para a vida na cidade e na floresta. Foi o primeiro acampamento escuteiro (de scout, batedor) da história. Na sequência desta iniciativa, Baden-Powell fundou e organizou as bases do Movimento Escutista que, a partir dos territórios do império britânico espalhados pelos cinco continentes, rapidamente alastrou por todo o mundo.
Em Portugal, surge via Hong Kong e Macau, onde foi instituído em 1911, por iniciativa de Álvaro de Mello Machado, oficial de Marinha que, regressado a Portugal, se empenhou na constituição da Associação dos Escoteiros de Portugal (AEP), fundada em 1913. Dez anos depois foi criado o Corpo Nacional de Escutas (CNE). Além destas duas instituições, também a Associação Guias de Portugal (AGP), vocacionada para a educação de raparigas desde 1931, é membro da Organização Mundial do Movimento Escutista, formada em 1920, actualmente com sede em Genebra, e de que a AEP foi fundadora. Assim, as três corporações têm como objectivo comum a educação de jovens através de trabalhos práticos em equipa, sobretudo ao ar livre, de forma a que estes assumam o seu próprio crescimento e perfilhem valores de fraternidade, lealdade, altruísmo, responsabilidade, respeito e disciplina.
2007/07/16
Hoje vou agradecer,
agradecer a Deus a Sua amizade,
dizer-Lhe, que depois de tanto pedir
Ele me concedeu o melhor presente,
que recebi nestes últimos tempos.
Realmente só um ser iluminado consegue trazer ao mundo,
alguém com um grande carisma e um grande companheirismo,
que representa com nobreza a palavra AMIZADE.
Obrigada por fazeres parte da minha vida.
Ode à Amizade
Dócil escravo, fácil presa
Um sentimento consciente
De muito valor e nobreza
Não permite preconceitos
Não envolve distinções
Mulheres e homens aceitos
Defeitos, virtudes, razões
Do ancião à criança
Há nesta forma de amar
Muita lição e esperança
De o mundo melhorar
Tem este amor a decência
De acatar, com harmonia
O prazer da convivência
No pesar e na alegria
Como exprimir tal amor
Não ser, nos versos, prolixo,
Sintetizar tanto apreço
Como Deus no crucifixo?
Ser, lacônico, entretanto
Sem desprezar a beleza
Sem ferir tanto encanto
Sem perder tal riqueza?
Este poder, já vos digo,
Que tem tal dignidade
É a bênção do amigo
O amor da amizade!
José António Gama de Souza
2007/07/15
2007/07/14
FILATELIA
17 de Abril
FAUNA MARINHA DA MADEIRA
CAGARRA, Calonectris diomedea borealisAve marinha de grande porte e voo planado perto da superfície da água. Nidifica em colónias, ruidosas no início e fim do dia, nas falésias costeiras, em buracos escavados no solo ou em cavidades rochosas. Esta subespécie distribui-se por todo o arquipélago, sendo particularmente abundante nas Ilhas Selvagens. A cagarra é actualmente vulnerável, estando dependente de uma estratégia de conservação.
LAPA, Patella asperaMolusco gastrópode cuja concha pode atingir 7 cm. Vive sobre as rochas na zona das marés, especialmente nas áreas mais expostas às ondas. Distribui-se pelas costas do Atlântico Norte, tendo relevância na gastronomia madeirense.
BÚZIO, Charonia lampasMolusco de grandes dimensões (pode atingir mais de 30 cm), sendo mesmo o maior búzio do Atlântico Norte europeu. Muito apreciado em termos gastronómicos, vive habitualmente em fundos rochosos, onde se desloca lentamente e se alimenta.
PEIXE-ESPADA PRETO, Aphanopus carboPeixe carnívoro de aspecto feroz que pode atingir mais de metro e meio de comprimento. Vive em cardumes que nadam em profundidades variáveis entre os 700 e 1500 m, durante o dia, fazendo migrações para águas mais superficiais durante a noite. Alimenta-se de peixes, lulas e crustáceos e tem grande importância na gastronomia da Madeira.
BODIÃO, Sparisoma cretensePeixe litoral, comum nos arquipélagos dos Açores, Madeira e Canárias, também conhecido por Veja, Vieja ou Papagaio. As fêmeas são vermelhas e amarelas, os machos cinzentos, atingindo os maiores exemplares cerca de 50 cm de comprimento e 3 kg de peso. Deslocam-se lentamente em pequenos cardumes junto aos fundos rochosos, onde se alimentam de algas calcárias e de pequenos invertebrados.
TARTARUGA-BOBA, Caretta carettaRéptil migrador que atinge um comprimento de carapaça de 1,2 m no estado adulto. Nas águas da Madeira encontram-se quase exclusivamente exemplares jovens, com cerca de metade destas dimensões. Vive predominantemente no mar alto, e alimenta-se essencialmente de alforrecas e lulas. A grande maioria das tartarugas desta espécie existentes na Madeira nasceu nos areais das costas da Florida, E. U. A.
FOCA-MONGE, Monachus monachusTambém designada lobo-marinho, é um dos mamíferos em maior perigo de extinção, existindo em todo o mundo escassas centenas de exemplares, na sua maioria nas costas da Mauritânia. Na Madeira, nas Ilhas Desertas e na Ponta de São Lourenço, reside uma população com mais de 25 indivíduos em processo de recuperação e crescimento. O lobo-marinho pode atingir 3 m de comprimento e 400 kg de peso. Bom nadador, repousa em terra e abriga-se em praias no interior de grutas, alimentando-se de peixes, moluscos e crustáceos.
ANÉMONA-GIGANTE, Telmatactis cricoidesÉ um animal do grupo dos celenterados, com simetria radial e aparência de uma flor exótica, com cores variáveis. Vive fixado às rochas de fundos litorais, sempre resguardado da luz solar, em fendas ou grutas, podendo alcançar 40 cm de diâmetro.
19 de Abril
Barragens de Portugal
O envolvimento imediato do LNEC nos estudos de barragens levou à criação, em poucos anos, do Departamento de Barragens de Betão. Até 2005, em pouco mais de cinquenta anos, portanto, o Núcleo de Modelação Matemática e Física da instituição realizou 111 modelos de barragens, sendo 20 da Europa, 6 de África, 7 das Américas, 9 da Ásia e 40 de Portugal. Elaborou, ainda, 76 modelos matemáticos.
Nesta emissão de selos são mostradas quatro barragens - Aguieira, Valeira, Alto Lindoso e Castelo de Bode - vistas segundo duas perspectivas: enquanto obras grandiosas de engenharia e como modeladores da paisagem envolvente e das suas potencialidades turísticas. Além disso, representam diversos tipos de rendimento destas infra-estruturas, como a transformação da energia hidráulica em energia eléctrica, irrigação, controlo de caudais de cheia, fonte de abastecimento de água para consumo público e para incrementar a navegabilidade dos rios.
A Barragem da Aguieira, que entrou em funcionamento em 1981, situa-se em Penacova/Mortágua, na foz do rio Dão. Tem 89 m de altura e 400 m de comprimento. Além de gerar e distribuir electricidade, regulariza a irrigação agrícola e o controlo da subida das águas no Baixo Mondego.
A montante do Douro, foi edificada, no concelho de S. João da Pesqueira, a Barragem de Valeira. Concluída em 1975, além de fornecer electricidade, contribuiu sobremaneira para a viabilização da navegabilidade do rio, corrigindo um desnível de 32 m, um cachão em que, até à sua construção, se perderam bens avultados e naufragaram muitos homens, entre eles o Barão de Forrester, influente escocês produtor e exportador de vinho do Porto.
A Barragem do Alto Lindoso, no curso do rio Lima, em Ponte da Barca, concluída em 1992, encontra-se dentro do Parque Nacional Peneda-Gerês. É o maior e o mais potente produtor hidroeléctrico do País e, com a cota de coroamento a 339 m, é também uma das construções mais altas.
Entre as importantes barragens portuguesas, a Barragem do Castelo de Bode, sendo também uma das mais antigas (1951) é ainda uma das de maior comprimento: 402 m. Integrada na bacia do Zêzere, em Tomar/Abrantes, além de produzir energia eléctrica, é aproveitada para a captação da água que abastece Lisboa, regulariza o caudal do rio e é um lugar muito procurado para a prática de actividades recreativas, como a vela, o remo, a pesca e o windsurf.
2007/07/13
HOJE, é Sexta-Feira 13
A sexta-feira 13 está cercada de superstição. Ver um gato preto, passar debaixo de escada, sentar à mesa com mais doze convidados (somando treze), partir um espelho... Supostamente dá azar. O número treze, em muitos lugares do mundo, em especial no ocidente, representa a símbolo de mau agrouro. Na Europa, por exemplo, grande parte dos hotéis não possui o 13º andar, pulando do 12º ao 14º na numeração.
Na bíblia - Uma das razões de se ter criado o mito da sexta-feira 13 parece estar ligada à história da Bíblia. Segundo o Padre João Fagundes, da Igreja Nossa Senhora da Glória, em Juiz de Fora, o Novo Testamento conta que Jesus Cristo, na Última Ceia, sentou-se à mesa com os apóstolos, que ao todo, incluindo Jesus, eram 13. Muitas pessoas consideram Judas o 13º apóstolo, justamente quem entregou Jesus e o levou à morte na Sexta-feira da Paixão. Assim, graças ao episódio bíblico, a sexta-feira 13 passou a ser lembrada como um dia fatídico, ligado à morte.
Na história - Diz-se que a maldição do dia foi fruto de uma briga entre o rei francês Filipe, o belo, e a Ordem dos Templários, no século XIV. Na época, a França estava próxima da falência econômica e Filipe resolveu cobrar impostos da Igreja. Excomungado pelo papa Bonifácio VIII, que se indignou diante da decisão da cobrança, o rei tentou aproximar-se da Ordem dos Templários (um grupo de cavaleiros cristãos), pretendendo uma reconciliação com a Igreja. Filipe, o belo, não foi aceito na Ordem e, como vingança, ordenou a prisão e tortura de cinco mil cavaleiros. O dia era uma sexta-feira, 13 de outubro de 1307.
Há pessoas que marcam a nossa Vida
Há pessoas, que marcam a nossa vida de uma forma tão intensa...
Não sabemos o porquê mas elas simplesmente não passam... permanecem enraizadas no nosso coração, sem que queiramos evitar isso mesmo.
Há pessoas que não saem da nossa vida e mesmo sem estarem próximas fazem-se sentir presentes e ficam assim…
Porque são pessoas que marcam... marcam para sempre a nossa vida!
Muitas colocam a vitória no nosso coração e dão-nos ânimo na derrota para começar de novo.
Existem pessoas que nos marcam, porque nos apoiam nos momentos difíceis ou porque nos fazem passar por um momento inesquecível e nos dão valor para os detalhes nas coisas mais simples.
Ajudam-nos a levantar quando caímos ou fazem-nos ver de um novo ângulo e nos dão uma solução para os nossos problemas.
Mas existem pessoas que nos marcam simplesmente, por serem elas mesmas e isso é muito mais valioso.
Basta um sorriso, uma palavra, uma acção.
Basta sentirmos que somos importantes para alguém…
CAMINHANDO...
Quero passar meus passos ao além
Peregrinando sigo o rumo.
2007/07/12
Em Portalegre - Acesso na escuridão
FILATELIA
15 de Março
Artistas Portugueses
Em 1957, bolseiro do Instituto de Alta Cultura, estuda Cerâmica em Itália, e a partir de 1958 fixa-se em Paris, cidade de referência para a sua vida e obra e onde ainda reside, partilhando-a na actualidade com Lisboa.
A obra gráfica e pictórica de Manuel Cargaleiro inscreve-se primeiro num movimento internacional de Abstracção em torno da Escola de Paris, intenso nas décadas de 1950 e 1960, caracterizada pela eloquência do gesto imediato, da cor em si e da exploração infinita de espaços absolutos.
Assente nestes princípios evolui para o registo de referentes concretos, entre espaços construídos e morfologias naturais, incidindo no seu imaginário a verticalidade das catedrais, o reticulado de cidades e janelas, as quadrículas dos azulejos a par do gesticulado das árvores, o ritmo repetitivo de flores e folhas, transpostos em pinceladas breves e em manchas dinâmicas, evidências do acto estrutural de pintar.
Revelam-se então vastas memórias: as catedrais góticas e as metrópoles cosmopolitas, os ritmos do casario português e a simplicidade rústica dos campos, a luminosidade das atmosferas, a melancolia lusa mas sobretudo a pulsão da vida, pelo prazer dos sentidos e pela alegria demonstrada como essência do ser.
A Cerâmica é para Manuel Cargaleiro outra disciplina preferida, trabalhada na olaria de José Trindade, Monte da Caparica, 1945, reforçada na aprendizagem com Jorge Barradas na Fábrica de Cerâmica Viúva Lamego, Lisboa, 1949, desenvolvida na criação de formas e matérias fulgurantes, numa atitude anticonvencional e experimentalista mantida até à actualidade, assim consagrando a tradição portuguesa da Cerâmica e do Azulejo.
Representado no Museu Nacional do Azulejo, Lisboa, a sua Cerâmica concentra-se no Museo Cargaleiro, Vietri Sul Mare, Itália, e, a par da Pintura e do Desenho, no Museu Manuel Cargaleiro, Castelo-Branco, um dos pólos da Fundação Manuel Cargaleiro cuja vocação é estimular a criação moderna nas Artes Ornamentais.
Paulo Henriques. Director do Museu Nacional do Azulejo
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23 de Março
50 Anos da Assinatura do Tratado de Roma
Em 2007 celebra-se o 50º aniversário da assinatura dos Tratados que instituíram a então Comunidade Económica Europeia e o Euratom. Com efeito, estes Tratados foram assinados, no Capitólio, em Roma, a 25 de Março de 1957.
Várias iniciativas destinadas a assinalar a data de assinatura dos 50 anos do Tratado de Roma, serão organizadas nos Estados membros no início do próximo ano.
A Comissão Europeia espera que os eventos que marcarão o 50º aniversário da assinatura dos Tratados, farão os cidadãos reflectir sobre a Europa que desejam para o futuro. A Europa é muito mais do que um simples mercado. E é por isso que deveríamos utilizar esta ocasião para mostrar aos cidadãos europeus que a União Europeia também trata do desenvolvimento sustentado, da cidadania, da igualdade de oportunidades entre homens e mulheres, da mobilidade dos estudantes universitários, dos direitos dos consumidores, da segurança dos cidadãos, entre outros assuntos.
Na altura em que Robert Schuman falava em -reconciliação criativa-, no início da década de 50 do século passado, a Europa era um projecto considerado universalmente como positivo. Hoje devemos ganhar essa aprovação e, para isso, temos de avançar em termos de transparência, de democracia e de diálogo.
Transportes Públicos UrbanosEmissão Base (1º Grupo)
A atracção da cidade constitui um acontecimento cujo registo histórico foi, desde sempre, documentável. Em 1837, inicia-se em Lisboa um processo de inovação com o estabelecimento da Companhia dos Barcos a Vapor do Tejo e Sado. Em 1856, foi inaugurado o Caminho de Ferro do Leste, ligando Lisboa ao Carregado. Por esta época, organizam-se em Lisboa as primeiras empresas de transportes urbanos de tracção animal (com as carroças do ¿Chora¿, do Joaquim Simplício, ou os trens, landaus, breaks ou char-à- bancs da Companhia de Carruagens Lisbonense), seguindo-se, vinte anos depois, a inovação dos "americanos" sobre carris. A cidade que crescera ao longo da margem, inicia com os transportes urbanos a ocupação do seu território interior criando zonas de descompressão urbana.O Caminho de Ferro acelerou os grandes fluxos migratórios de atracção para Lisboa e Porto. As cidades crescem numa primeira fase dentro do seu perímetro urbano, como Lisboa, com a "estrada de circunvalação" delimitada pelo largo de Alcântara, Maria Pia, Alto de Campolide, Duque de Ávila, Morais Soares, Cemitério Oriental da Cidade. Numa segunda fase, a cidade expande-se para a periferia, com o limite impreciso da sua fronteira. É o início de um processo longo que chega aos nossos dias, em que o "centro" se despovoa de residentes, por transferência dos mesmos para o território suburbano, crescendo exponencialmente a procura do transporte, perante o aparecimento de um novo mercado, da mobilidade.
Não é poeta aquele que rima.
(Anónimo)
2007/07/11
Se eu fosse um dia o teu olhar
Olhar
O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de, vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo...
Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender ...
O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...
Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar ...
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência não pensar...
(F.Pessoa - A.Caeiro)
FILATELIA
15 de Fevereiro
EM BUSCA DA LISBOA ÁRABE
Em 711, os Árabes, comandados por Al-Tarik, cruzaram o estreito que, mitologicamente, Hércules abriu para ligar o Mediterrâneo ao Atlântico e invadiram o Reino Visigótico de Toledo, que se estendia até à presente costa portuguesa. Um dos seus filhos, Abdelaziz ibn Musa, liderou a conquista do Gharb Al-Andalus (o ocidente do Al-Andalus, designação árabe da Península Ibérica), tomando al-Ushbuna, cidade na foz do Tejo fundada pelos Fenícios por volta de 1200 a. C. Depois do declínio provocado nos três séculos anteriores por razias e pilhagens, a actual Lisboa renasce como grande centro administrativo e comercial, na rota do tráfego marítimo Sul-Norte. Estima-se que no séc. X teria 100 mil habitantes, quando Paris e Londres tinham entre 5 e 10 mil.
Concomitantemente, a cidade é reconstruída e renovada de acordo com os padrões do Médio Oriente. É edificado um castelo - que está na origem do actual castelo de S. Jorge -, uma alcáçova (palácio) para o governador, um alcácer, fortificação muralhada envolvendo a almedina ou centro urbano. Na sequência desse progresso, cresceu o bairro de Alfama, adjacente ao burgo original.
Entre os séculos IX e X foi construída uma grande mesquita vermelha, arrasada em 1147, aquando da tomada de Lisboa por D. Afonso Henriques. Comprovadamente, o rei Fundador erigiu sobre as suas ruínas a igreja matriz da cidade, que seria elevada a catedral metropolitana por D. João I, em 1393.
Como a religião muçulmana não consente a representação de seres animados, as artes plásticas árabes mais fecundas são a Caligrafia, o Arabesco - ornamentação não figurativa - e a Arquitectura. Assim, são deste âmbito a maior parte dos vestígios existentes em Lisboa da presença islamita, sendo ela mesma a fonte inspiradora do estilo revivalista neo-árabe que caracterizou, sobretudo na viragem do séc. XIX para o séc. XX, alguma arquitectura de gosto oriental.
O Homem é um reflexo do meio que habita, o qual, por seu lado, espelha a intervenção daquele. Esta relação dialéctica tem uma expressão significativa no jeito de estar e de viver das populações, particularmente, no seu modo de trajar. País atlântico e mediterrânico - na arguta caracterização de Orlando Ribeiro -, montanhoso a norte e de peneplanície a sul, "bordado de mar", como disse Torga, nele coexistem distintos modos de exploração dos recursos naturais e, portanto, diferenciados trajes de trabalho, de festa ou de cerimónia. Nas romarias, a lavradeira do Minho, província bem irrigada e de boa aptidão agrícola, gosta de mostrar-se com roupa vistosa, de pôr lenços coloridos e ostentar o seu aforro de filigranas de ouro. É o chamado traje à "Vianense", que apresenta alterações de algumas aldeias para outras. No casamento, a noiva minhota traja de preto e com o peito repleto de ouro: Na cabeça leva véu ou bobinete branco e segura na mão um ramo de laranjeira com um lenço branco.Nas serranias do interior minhoto, nas Terras de Barroso e no planalto transmontano - onde se vivem dez meses de Inverno e três de Inferno - a terra é mais madrasta. Predomina a cultura de cereais pobres, como a aveia e o centeio, com algum milho, a par da pastorícia de gado bovino e caprino. A roupa, de tecido de lã pisoado, é mais sombria. Prevalece o burel castanho ou cinzento escuros. A mulher usa uma capa-capuz de saragoça que a cobre da cabeça até ao meio das pernas. Eles e elas, nas ocasiões especiais, vestem blusas e camisas alvas de linho bordadas.Muito peculiar é a região de Miranda do Douro, onde se fala e aprende o dialecto mirandês e os homens bailam a Dança dos Pauliteiros. As origens deste folclore são incertas e as opiniões divergem. Para o Abade de Baçal, as saias curtas e enfeitadas, os chapéus ornamentados, as tiras de linho e os lenços multicolores dos trajes actuais são uma estilização das fardas dos soldados greco-romanos e a coreografia dos lhaços remete para a dança pírrica grega, em que os intervenientes se colocavam em duas filas, com armas e escudos de pau, e simulavam o ataque e a defesa numa batalha. Emblemática é também a Capa de Honra mirandesa. Traje talar, de burel, pode ser veste dos boieiros - menos perfeita e menos cuidada - e indumentária de festa - mais ampla, mais trabalhada. Em ambas, do decote nasce a capa, a sobrecapa e o capuz. A capa é comprida e ampla, cortada em viés, aberta na frente. A sobrecapa desce até à zona do cotovelo. Bordada e pespontada, é rematada por franjas largas. O capuz, com capeto, inteiramente bordado, termina numa larga faixa, denominada Honra, cujo tamanho varia consoante a riqueza e importância social de quem a enverga. Também é bordada, pespontada e ultimada com uma franja.A sul do Alto Douro, estende-se a Beira Interior, a Alta e a Baixa, até ao Tejo Superior e Transfronteiriço. A paisagem é marcada pelas cadeias montanhosas, orientadas de noroeste para sudeste, como as serras de Montemuro, da Gralheira e do Caramulo; as serras da Estrela, da Lousã e de Montejunto e a serra da Gardunha. Nestas províncias do Centro Interior, só 15 por cento da terra é arável, ponteada aqui e ali por pequenas bolsas onde é possível arrotear 30 por cento da área. Como sublinha Gonçalo Ribeiro Telles, em "Raízes" (http://raizes.blogs.sapo.pt/), -Há muito que a pastorícia, e não a floresta, domina a Serra da Estrela. Por esse facto, o heróico Viriato, símbolo da resistência às legiões romanas, era um pastor.» Provavelmente ele e outros que apascentavam gado deviam proteger-se da chuva e da neve vestindo por cima da roupa uma croça (do latim crocea) constituída por uma capa e uma sobrecapa tecidas de palha, utilizando técnicas de cestaria e que terá surgido no Neolítico (12 000 a. C. - 4000 a. C.). Já a caroça é composta por cabeção e "saia" de junco, dispostos paralelamente no sentido longitudinal, amarrados entre si por um fio entrelaçado. Por vezes, o homem utiliza polainas, enrolados nas pernas, feitas do mesmo material e interligadas com as restantes peças. O traje é completado por um chapéu de feltro preto e tamancos de couro de cor natural com sola e tacão de madeira. Existem ainda alguns modelos em que tem a forma de uma capa com capuz, apoiando-se directamente sobre a cabeça do seu utilizador. Sendo um vestuário prático, de confecção fácil, rápida e barata, perdurou quase até à actualidade. O litoral a sul de Setúbal é pouco povoado e quase não tem portos de abrigo naturais. Para norte, até Caminha, pelo contrário, a costa está pontuada de inúmeras vilas piscatórias e os trajes são muito variados. No Douro Litoral sobressai a camisola poveira, do pescador da Póvoa de Varzim, cor de lã, ornamentada com siglas poveiras "hieroglíficas", que funcionam como um sistema de comunicação visual simples. Na orla marítima da região meridional vizinha, a Beira Litoral, o pescador usa ceroulas e camisa de flanela de diferentes cores, sendo a camisa de desenhos com quadrados estampados e de cor garrida, faixa de algodão e carapuça de lã pretas, meias grossas e tamancos. E, entre estes, o homem pescador da Nazaré veste, igualemente, camisa aos quadrados, mas usa calça lisa, quase sempre de cor preta e um barrete típico.Também a mulher da Nazaré se veste no dia-a-dia de forma deveras original, sobressaindo em qualquer contexto. Nazarena é sinónimo de mulher de sete saias. Desconhece-se, em rigor, a origem deste uso antigo. Sete saias coloridas, segundo a lenda, por serem sete os dias da semana e sete as cores do arco-íris. Ou porque o número sete está carregado de superstições. Também se diz que surgiu por necessidade: quando os pescadores andavam na faina, as mulheres esperavam-nos sentadas na areia, envoltas nas suas saias que as protegiam do frio e da maresia que se fazia sentir pela madrugada. Por cima delas, põem um avental colorido. Nos vales do interior, os camponeses, nas ocasiões especiais, trajam jaqueta de saragoça, como botões de fantasia, camisa branca, de colarinho baixo, cintada por uma faixa encarnada, enrolada com perícia. Quando a Alta Estremadura interior se estende para sul, começa o Ribatejo. Aqui as mulheres do meio rural calçam sapatos de couro não tingido, meias grossas e três ou quatro saias até meio das pernas. Para trabalhar, arregaçam a de cima, melhor que as outras, e enrolam-na de um jeito próprio. Da indumentária do homem das lezírias e das campinas - o campino - fazem parte: calção azul, colete encarnado, barrete verde, camisa branca sem colarinho, meias brancas de canhão bordado e sapatos pretos com saltos de prateleira onde entram as esporas presas a correias afiveladas, que o ajudam a dominar o cavalo, seu instrumento de trabalho, a par da vara. Na sua lida de vaqueiro, veste-se do mesmo modo, embora menos aperaltado. Para ocidente, a norte da foz do Tejo, fica a região saloia que durante séculos abasteceu a capital. A saloia traz blusa de chita ou riscado, muito justa na cintura, e saia de roda até ao cano da bota de botões. À frente, ata um alegre avental bordado. O seu parceiro não dispensa a cinta preta, franjada nas pontas, e o carapuço de borla. Como refere Cristina L. Duarte no livro Trajes Regionais - Gosto Popular, Cores e Formas, editado pelos CTT, -No Alentejo há duas peças que sobressaem: a "manta alentejana", tecida de listas coloridas, que usavam os pastores traçada ao ombro, e o "capote". Este desce até ao chão e possui uma gola, em regra de pele de raposa. Tem uma ou duas romeiras sobrepostas até à cinta. Pode ser de mescla, briche (tecido de lã semelhante à saragoça, mas mais fino) ou burel.
2007/07/10
é uma história particular. É uma história de conquista. Primeiro, descobre-se o outro. Toda a gente parece igual, mas não é. E é justamente essa coisinha diferente em cada um que torna cada pessoa única. E de repente ali está a sementinha da amizade fecundada. A gestação começa. São pedacinhos de nós que vão ficando nas conversas e pedacinhos do coração do outro que vão caminhando para dentro de nós. Há os risos e os sorrisos, a partilha de coisas simples ou de coisas importantes. As descobertas, cheias de surpresas muitas vezes. A voz calada que pensa, não diz nada... adivinha!... Fazemos ideia imediata de uma pessoa ao primeiro contacto. Julgamos? Talvez. E só os próximos dias, horas ou instantes vão nos dizer se julgamos certo. Acontece de nos termos enganado em certos pontos e quantas vezes não bendizemos isso! Claro que ninguém gosta de estar enganado. Se todos os enganos fossem assim abençoados!... A sensibilidade do outro nos toca. Dá até vontade de chorar. Não sabemos direito o porquê de nos sentirmos próximos de alguém assim tão longe, tão diferente e tão igual. Mas amizade, como o amor, não se questiona. Vive-se. Dela e para ela. É preciso dar tempo ao tempo para se saber cativar e ser cativado. Quando saímos às pressas sempre temos o risco de deixar alguma coisa esquecida. Mas se tomamos o tempo de olhar bem, reflectir, conversar, conversar e conversar... e rir e brincar e ficar em silêncio!... Se deixamos que essa flor nasça cuidadosa e docemente... aos poucos ela vai vendo a luz do dia. Maravilhando-se. Contemplando o outro com novos olhos, ou nova maneira de olhar. Tudo vira encanto! Que o outro ria de mim ou para mim, mas que ria! Gargalhe, faça festa!... Que eu seja nem que seja por um pouco responsável por esse rosto iluminado, por essa vontade de viver e de ver o que virá depois. Bendita seja essa gestação amiga! Sem prazo, sem tempo, sem hora marcada! Bendita seja essa amizade, essa prova de que Deus se faz conhecer através das pessoas que alcançam e entram no nosso coração.
L.Thompson
2007/07/09
Sentir o Mar...
Gostava de estar perto de ti,
Ó Mar!
De provar as tuas águas,
Os teus sais.
De sentir as tuas ondas,
Os teus ais.
Gostava de te ver saltar
Entre os seixos dos ribeiros,
Nessas alamedas estreitas donde vens.
Ondes nasces, ó Mar?
Gostava de me vestir com o teu lençol
Azul cristalino,
De algas finas
De verde marinho.
Gostava de saber nadar com os teus peixes,
Coleccionar as tuas conchas, ó Mar!
Gostava tanto, mas tanto de estar aí,
Ao pé ti!
J.B.
Segundo a biografia de Michel Pierre, Corto Maltese nasceu em Malta em 10 de Julho de 1887 filho de uma cigana de Sevilha, belíssima e admirável dançarina de flamenco. A lenda diz que o pintor Ingres esteve perdidamente apaixonado por ela, ao ponto de lhe ter feito um vibrante retrato. O seu pai era um marinheiro britânico, originário da Cornualha, descendente de uma família que tinha por tradição não se alistar na ìRoyal Navyî. O pai de Corto, um marinheiro ruivo e de porte poderoso tinha três paixões - o mar, o whisky irlandês e as lendas célticas.Não se sabe ao certo quando morreu. Alguns afirmaram que desapareceu no mar, outros que foi assassinado em Cantão, por membros de uma tríade chinesa e por fim houve quem jurasse que terminou os seus dias numa briga sórdida na Austrália. Sabe-se é que frequentou todos os portos do mediterrâneo em múltiplas escalas, tendo numa dessas conhecido a bela cigana de Sevilha, tendo-a seduzido com o seu mau espanhol, contando-lhe lendas do seu país cheias de brumas e sons estranhos.