1895 – 7.° centenário do nascimento de Santo António de Lisboa
No verso de cada selo, foi impressa a azul, tipograficamente na Casa da Moeda, a seguinte inscrição com oração em latim: “Centenário de Santo António MCXCV * MDCCCXCV” “O língua benedicta, quae Dominum semper benedixisti et alios benedicere docuisti : nunc perspicue cernitur quanti meriti fueris apud deum” S. Boaventura. (Cuja tradução é: “Oh língua bendita, que sempre louvaste o Senhor e ensinaste os outras a louvar: agora claramente se vê quanto merecimento tiveste junto de Deus.”) S. Boaventura.
SANTO ANTÓNIO DE LISBOA, chamam-lhe os portugueses recordando a sua naturalidade e Santo António de Pádua chamam-lhe os italianos, recordando que, em Pádua pregou passou a maior parte da sua vida e lá faleceu. Nascido em Lisboa a 15 de Agosto de 1195, numa casa junto às portas da antiga cidade, chamadas “Portas do Mar” e onde hoje se eleva o templo de Sto António da Sé erigido em sua memória. Era filho de Martins de Bulhões e de Teresa Maria Taveira, ambos de famílias distintas. Desde muito novo que demonstrou as suas tendências religiosas, frequentando os claustros da Sé de Lisboa, de São Vicente de Fora onde em 1211 tomou o hábito de Santo Agostinho com o nome de Fernando, o convento de Santa Cruz de Coimbra, e o convento de Santo Antão (Ordem de S. Francisco de Assis) que mais tarde se chamou Convento de Santo António dos Olivais. Em 1220 abandonou o hábito de Santo Agostinho, pelo hábito Franciscano, passando então a chamar-se António. Embarcou comomissionário para África, mas adoecendo, teve de desistir. A caravela onde regressava a Portugal, foi açoitada por violenta tempestade que a levou às costas da Secília. Aí, teve ocasião de demonstrar as suas qualidades de grande orador, pelo que foi chamado por S. Francisco de Assis, e a seu mando aperfeiçoou os estudos, dedicando-se então a pregar e ensinar teologia. Em missões por Itália e França, tomou grande fama, sendo sempre escutado por um número tão elevado de fieis, que se via obrigado a pregar ao ar livre. As crónicas atribuem inúmeros milagres ao santo português, que com 36 anos de idade faleceu em Pádua a 13 de Junho de 1231. Em 1259 ergueram em Pádua um riquíssimo templo em sua honra, e para onde transladaram as suas relíquias. Mais duas vezes foram estas transladadas, sendo a última em 1350 para a Basílica que foi edificada pelos paduanos e que se pode considerar uma das maravilhas do mundo.
Autor: Carlos KullbergIn e-book - Filatelia 1853-1910
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