Admiro aquele olhar triste daquela mulher só.
Escancara a janela para pendurar o paninho da loiça, ou o limpa pó, talvez.
Liberta um sorriso no seu rosto cansado e gasto pelo tempo esquecido por entre as cortinas e vai sorrindo a quem passa, sem nada receber em troca.
A rua está vazia de gestos, de criançada, de lixo, vá lá hoje.
Admiro aquele olhar da mulher só, que do alto do seu refúgio cristalino, entre folhos e panos engomados, à janela debruçada, distribui sorrisos vagos.
Na procura incessante de emoção, um devaneio talvez, de um mero sonhador.
2011.09.01
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