Fadado para ser mortal,
todo eu meu coração
depois de almoço, comido,
do cafezinho, bebido,
o deverzinho cumprido,
— burocracia e carinho
aquecem ao sol de Março
nossa ternura instalada,
peitoral.
Que a calma da perfeição,
fornecida, abastecida
de virtude e ordenança,
a vida todos os dias
conseguida, assegurada
a bem falar, bem vestir,
sem filhos que Deus, benigno,
nos dispensou de criar
na previdência e soldada
funcional, corporativa,
das noites encasaladas,
sadias, legitimadas,
— biologia da pureza
regulada...
(De manhã vamos à Missa
nos domingos, damos graças,
e ao Futebol, muitas vezes,
ou passeamos no carro,
para jantar num Restaurante).
...ai,
fazem-nos muito felizes.
fazem-nos muito felizes.
Carlos Garcia de Castro
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