2010/07/12

Paul Krugman coloca Portugal na rota dum eventual desmantelar do Euro

O Prémio Nobel da Economia apontou a "possibilidade plausível da Grécia ser forçada a sair do euro". Paul Krugman adverte que perante essa circunstância haveria um contágio a todos os países da Zona Euro, em particular a Portugal

"Não me surpreenderia ver um dos países a ser forçado a sair do Euro", apontou o Nobel da Economia durante uma entrevista ao jornal espanhol El Pais.
"Acredito que há uma possibilidade plausível de a Grécia ser forçada a sair e esse contágio provocaria sérios problemas a todos os outros, especialmente Portugal, e logo depois possivelmente seriam a Espanha e a Irlanda", disse Paul Krugman, acrescentando por outro lado não acreditar que a Europa venha a colapsar.
Ficaria "realmente surpreendido" se França, Alemanha ou os países do Benelux (Bélgica, Holanda e Luxemburgo) não defendessem "com unhas e dentes a moeda única no futuro mais imediato", sublinhou o economista, professor da Universidade de Princeton.
Ruptura da Zona Euro como solução para a Europa
De acordo com um relatório da consultora Capital Economics, o desmantelamento da Zona Euro poderia ser o caminho para livrar as 16 nações deste grupo de anos de estagnação económica, ao potenciar a competitividade dos membros mais fracos e a procura interna na Alemanha.
"A ameaçadora rotura da Zona Euro, que muitos vêem como um potencial desastre, na verdade abriria a porta a um renovado crescimento económico, não apenas para os membros mais fracos da Zona Euro, mas para a Europa como um todo", apontam os analistas da consultora com sede em Londres.
A Capital Economics defende que as economias mais fracas da Europa enfrentam "anos de dificuldades económicas" ao serem obrigadas a encolher custos e preços para voltar a ganhar competitividade face à Alemanha, gigante europeu que continua a gerir um excedente comercial e a restringir a procura interna.
O relatório defende que se Itália, Espanha, Irlanda, Portugal e Grécia voltassem às suas antigas moedas estariam em condições de reduzir rapidamente o fosso de competitividade, já que poderiam desvalorizar e permitir um crescimento das exportações.
"Isto ofereceria uma via de fuga às dificuldades através do crescimento económico, em vez de uma depressão", aponta a Capital Economics, que não vê no fim da Zona Euro uma tragédia para a Alemanha, uma vez que um readoptado marco alemão valorizaria e forçaria o governo a expandir a procura interna para manter postos de trabalho e crescimento. Melhorado o nível de vida dos alemães cresceriam as importações dos outros países da Zona Euro, o que ajudaria a reequilibrar a economia do Velho Continente.
(In,http://tv1.rtp.pt/noticias/?t=Paul-Krugman-coloca-Portugal-na-rota-dum-eventual-desmantelar-do-Euro.rtp&article=359336&visual=3&layout=10&tm=6)

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