2010/02/08

Homem do futuro


Bafo quente que ofusca.
Calor intenso de um homem que rola.
Anda... desanda... tresanda...
Vagueia, confuso, distante, trôpego.
Cai... por fim.
Isolado do mundo controverso,
Insípdo, incaracterístico, sofisticado.
Conta, inventa, profana, adúltera.
Estaca... por fim.
Cansado de tanta justiça,
Alcança um canivete.
Desventra-se.
Aluga o coração.
Vende os pulmões.
Empresta um olho.
Oferece um rim.
Vende-se parcialmente por baixo preço.
Isento de impostos.
É adquirido de imediato por cientista desconhecido.
Tresloucado, "cérebro" reformado.
Coloca-lhe chips, transistores, pilhas, circuitos.
É programado, standardizado,
Robotizado.
E ei-lo: o homem do futuro!
Aí está de novo.
Ressurgido, reaviado, heróico!
Em carne... e fusíveis.
Para durar.
Com garantia ilimitada.

João Belém
2010-02-08

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