2009/06/22
JANELA NATURAL
Através dela vejo o Mar amplo,
repouso,
quieto mar de água clara,
serena: “Tudo se realizará” -
- diz o Mar.
Da gruta dos sonhos cor-de-rosas,
avisto o recortado horizonte,
distingo,
um barco
e um pássaro,
esfrego os olhos,
fascinado.
O rumor do vento
traz-me recordações
de outras eras,
terras infindáveis,
perdidas na imensidão,
do meu pensamento:
“A tua vez chegou” -
- diz o Vento.
O horizonte,
perspectiva do futuro ilimitado,
limita o Céu do Mar,
ao centro o Sol,
astro central luminoso,
do mundo que habito
e que em volta do qual tudo gira.
Por aqui, olho,
admiro,
medito,
separo a luz das trevas;
o pássaro, em cima,
voa,
o barco, em baixo,
navega,
o Sol, ao longe,
ergue-se,
o vento acalma e acalma-me;
saio p’ra fora, sem receio,
com coragem, passo a fenda natural,
escuro buraco, negro passado;
à minha frente, o Mar corre,
vasculhando a vida,
ecoando às gentes:
"Desta vez,
deixem-me ser feliz.”
João Belém, 1983
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1 comentário:
Deslizei por esse poema com um sorriso nos lábios, e pensei, que maldade não te dedicares mais à poesia. que te deixem ser feliz sim, tu mereces, beijinhos
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