Uma translúcida lágrima que no canto espreita...
De todos os destinos conhecidos, só o meu se desconhece. O caminho é estranho e indefinido. Sobe e desce, desce e sobe. De uma inconstância de angústias é formado. Apesar dos males, há um silêncio que me conforta e abraça fortemente. Reina uma abominável insegurança. O mito da união e da concórdia dominadora há muito que se desmoronou como um baralho de cartas, não as escritas, mas de jogo cru e vil.
(Que sonho mais audaz!)Vivo de palpites, cenas, apostas, esquemas. Jogo com a sorte e com o azar. Perco e perco. E volto a perder (insisto sempre). Não é teimosia, nem estupidez. É só meu. Muito meu!
Sempre perdendo, ganho!
Juízo!
Algum.
Vai sendo um modo de (sobre)viver.
Acho... por vezes... no meio do pó, de rolos de cotão cinza que rolam soltos, pelas pedras duras da rua onde moro, pequenos nadas, que pouco significado têm. Memórias... sentimentos vagos, mas ternos. (Ora, ora... perderam-se completamente... Como foi possível?)
Mas tocam-me ao de leve nas mãos, no rosto esquecido e triste.
Quantas vezes olho o espelho vazio e aguardo. Aos poucos e poucos a imagem compõem-se. Fico mais descansado. Lá de dentro, nem de belo, nem de disforme e volátil. Nada!
Indiferente a mim próprio, vasculho o espaço, a outra dimensão abstracta na esperança de mudança.
Procurando nadas. Vivendo de rotinas, gasto-me. De uma coisa estou certo e certamente reajo - não me conformo nem preciso da esmola de um sorriso piedoso.
Era só o que me faltava!!
Ao inóspito. Ao fiasco. À suspeita parva. Ao desvario megalómano. Às incertezas. Aos desígnios da virtude e dos virtuosismos. À loucura. Ao vício. Nego tudo!
Desconheço, mas reconheço que existem, e afasto-os. Afasto-me silenciosamente, na bruma do tempo que ainda posso suportar. Neste mar de subterfúgios, há um tudo nada de irrealidade.
É quase uma história contada e cantada aos sete ventos....
"Era uma vez,
num lugar distante,
um, dois, três... amores...
derreteram um coração,
com promessas e algumas graças,
de sorrisos e chalaças.
Vã mentira!"
Um facto certo - existe uma chaga aberta, talvez duas ou três. Existem mais certamente! Mas que por nada deste mundo saram. E dói cá dentro... e muito! E ao doer... sinto. E ao sentir que dói... sei que sou eu mesmo que sinto. Logo... existo!
Talvez no tal espelho reflectido, afinal sempre exista algo definido (embora translúcido). A Indiferença, pura e crua. (Silogismos ou puros devaneios...) Sentimentos absurdos que não vislumbro.
Sempre perdendo, ganho!
Juízo!
Algum.
Vai sendo um modo de (sobre)viver.
Acho... por vezes... no meio do pó, de rolos de cotão cinza que rolam soltos, pelas pedras duras da rua onde moro, pequenos nadas, que pouco significado têm. Memórias... sentimentos vagos, mas ternos. (Ora, ora... perderam-se completamente... Como foi possível?)
Mas tocam-me ao de leve nas mãos, no rosto esquecido e triste.
Quantas vezes olho o espelho vazio e aguardo. Aos poucos e poucos a imagem compõem-se. Fico mais descansado. Lá de dentro, nem de belo, nem de disforme e volátil. Nada!
Indiferente a mim próprio, vasculho o espaço, a outra dimensão abstracta na esperança de mudança.
Procurando nadas. Vivendo de rotinas, gasto-me. De uma coisa estou certo e certamente reajo - não me conformo nem preciso da esmola de um sorriso piedoso.
Era só o que me faltava!!
Ao inóspito. Ao fiasco. À suspeita parva. Ao desvario megalómano. Às incertezas. Aos desígnios da virtude e dos virtuosismos. À loucura. Ao vício. Nego tudo!
Desconheço, mas reconheço que existem, e afasto-os. Afasto-me silenciosamente, na bruma do tempo que ainda posso suportar. Neste mar de subterfúgios, há um tudo nada de irrealidade.
É quase uma história contada e cantada aos sete ventos....
"Era uma vez,
num lugar distante,
um, dois, três... amores...
derreteram um coração,
com promessas e algumas graças,
de sorrisos e chalaças.
Vã mentira!"
Um facto certo - existe uma chaga aberta, talvez duas ou três. Existem mais certamente! Mas que por nada deste mundo saram. E dói cá dentro... e muito! E ao doer... sinto. E ao sentir que dói... sei que sou eu mesmo que sinto. Logo... existo!
Talvez no tal espelho reflectido, afinal sempre exista algo definido (embora translúcido). A Indiferença, pura e crua. (Silogismos ou puros devaneios...) Sentimentos absurdos que não vislumbro.
A translúcida lágrima que no canto espreita, inflamou a vista que se encerra, por fim, e na noite gelada, ternamente, deslizou calidamente no meu rosto, adoçando-me o hálito, numa carícia meiguinha.
João Belém
2011-02-02
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