A tarde termina.
Cálida e revolta por entre risos e choros
De nadas e de coisas nenhumas.
A brisa nocturna acomete-me
Agita-me a alegria moribunda
De mais um dia de esperas.
Mas algo de estranho acontece...
O vento suão
Envolve-me,
Empurra-me para a cadeira
Que com os seus braços me envolve:
«Escuta-me!» diz o vento.
«Ouve o que eu tenho p’ra te dizer!»
Desnorteado, esbugalho os olhos
Admirado,
Mas lúcido uma vez mais… e escuto,
Com muita atenção.
«Quantas vezes (tu não sabes!) mas eu sei
Que te deitas a pensar
E te levantas sem sorrir
O que tantas e tantas vezes te quero dizer.
Eu chego e alcanço,
O teu pensamento.
Por vezes passo distante eu sinto a tua tristeza,
E escuto sem saberes o que fazer às tuas mágoas.
Tantas vezes esqueces-me,
E segues caminhos incertos,
Moribundos numa esperança que tarda.»
Só saberei de certeza
Se a voz que me trazes Ó vento
É aquela parte de mim
Que anda perdida no pensamento.
«Então segue-me!» - disse o vento.
1 comentário:
Que virá a seguir, ao seguir do vento.
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