de emissões antropogénicas
As últimas semanas, em termos meteorológicos em Portugal, deram sinais ou sintomas de uma alteração climática extrema, segundo anunciou a Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza – em comunicado.
“Adaptar é necessário e urgente e o mau tempo já causou prejuízos de dezenas de milhões de euros”, alerta a associação. O que se passou imediatamente antes do Natal na Região Oeste – o facto de Dezembro ter sido o mês mais chuvoso deste século, passando de uma situação de seca e valores relativamente baixos de armazenamento das albufeiras, em comparação com a média, para uma situação de pleno armazenamento – são uma demonstração de uma maior irregularidade do clima.
Soube-se também agora que de acordo com a Direcção Geral de Saúde, no Verão de 2009 – ano em que as ondas de calor tiveram o seu início mais cedo – morreram precocemente mais mil pessoas. Os custos, só para o Estado, parecem ascender a mais de 80 milhões de euros, sem contar com prejuízos em termos de agricultura, edificações e infra-estruturas.
Em Maio de 2009 o Governo tinha assumido que a Estratégia Nacional de Adaptação às Alterações Climáticas seria objecto de discussão pública e posterior aprovação ainda na anterior legislatura, considerada um elemento fundamental na antecipação de consequências e custos para o país que assim poderão ser reduzidos.
A par do esforço de redução das emissões antropogénicas de gases com efeito de estufa que contribuem decisivamente para o aquecimento global e consequentes alterações climáticas, “é necessário agir no sentido de nos adaptarmos às mudanças do clima que já se sabe serem inevitáveis e onde Portugal no contexto europeu se apresenta como um dos países mais vulneráveis”, acrescenta.
Implementar plano
A Quercus acredita ainda que, “reforçada pelas circunstâncias, que é assim fundamental dar a conhecer e implementar a Estratégia Nacional de Adaptação que deverá reduzir os custos associados aos eventos meteorológicos extremos resultantes das alterações climáticas, que podem ter consequências graves para o país”.
Nas últimas semanas foi clara a relação entre a ausência de um correcto ordenamento do território e a maior dimensão de muitas das consequências registadas associadas ao mau tempo, nomeadamente o arrastar de sedimentos para albufeiras com consequências na qualidade da água, os deslizamentos de terras, os efeitos nas estradas e caminhos de autênticos ribeiros, para além das inúmeras inundações e danos em edifícios associados ao vento muito forte.
O papel das autarquias e a salvaguarda assegurada por instrumentos como a Reserva Ecológica Nacional e a Reserva Agrícola Nacional será decisivo no planeamento e execução da referida Estratégia Nacional.
(In, http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=38737&op=all#cont)
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