A serra branca, coberta de uma áurea névoa, arremessa para o ar gélidas particulazinhas de orvalho cristalino, que nos esfria a alma mas nos aquece o espírito imaginativo que logo, logo encontra uma solução palpável e aconchegante que nos proteje o corpo humanamente boquiaberto, perante tal efeito naturalmente fantástico.
Medos e preces se agigantam, perante o esvoaçante turbilhão das orvalhadas gotas, minúsculas partículas translúcidas que no ar se agitam aos milhares e rodopiam lindas, qual bailado celestial de inúmeros anjos pequeninos que nos embalam os ouvidos com cânticos angelicais e nos tamborilam o rosto reconfortando-nos o ego já cansado, marterizado por um final de dia burocrático de inimaginárias e estapafúrdias rotinas, que o quotidiano sem história e fortuna, nos reserva sempre e nos arrasa e convence, que os números e papelada solta são lucros fáceis que dão riqueza e poderio.
Mera ilusão!! Triste realidade!!
Mera ilusão!! Triste realidade!!
Apesar disso tudo é espectacular e enebriático o sentimento ilusório que nos dá esta visão deslumbrada das translúcidas partículas que nos envolvem e esvoaçam à nossa volta e se esfumam como num ápice sobre nós, dando-nos a sensação de vivermos um sonho acordados.
Porque o que nos abraça e envolve é água solidamente gelada e ao mesmo tempo enternecedora que não aquece mas fortalece a alma elevando-nos no espaço temporal qual levitação heterea.
Admirar a serra branca, é voar rápidamente no tempo, qual nave espacial de metal branco e novo e aterrar lá bem no alto, onde o gelo é vidro fosco e escorrediço, onde possamos sentir o poder do alto no momento, perante o Céu que nos admira impávido e sereno em todo o seu esplendor e nos convence tocando-nos bem dentro de nós fazendo-nos arrepiar.
É então que acordamos deste estado letárgico entre sonho e realidade e se nos deparam os ruídos e os cheiros e as marsias do nosso tempo.
Admirar a serra branca, é voar rápidamente no tempo, qual nave espacial de metal branco e novo e aterrar lá bem no alto, onde o gelo é vidro fosco e escorrediço, onde possamos sentir o poder do alto no momento, perante o Céu que nos admira impávido e sereno em todo o seu esplendor e nos convence tocando-nos bem dentro de nós fazendo-nos arrepiar.
É então que acordamos deste estado letárgico entre sonho e realidade e se nos deparam os ruídos e os cheiros e as marsias do nosso tempo.
É a sensação reconfortantemente maravilhosa de estarmos vivos, mas glacialmente congelados!!!
João Belém
2010-01-08
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