2010/01/04
Chove...
Vagarosamente,
a solidão envolve-me.
O amor ausente,
não desvanece o morto tempo.
Um leve despertar recorda a saudade.
Um doce lembrar embala mas desassossega,
de novo.
Momentaneamente, a vida,
os irrisórios,
abstractos,
lentos factos,
infinitas rotinas,
tendem a uma total displicência,
que temporariamente me assola.
Chove de novo,
lá fora.
Os algeroz extravasam repletos,
as violentas bátegas que sulcam o empapado solo.
O negro asfalto,
sacudido p’lo vento agreste
é um inóspito mar,
profunda cova de gritos,
prantos viúvos,
tenebrosas vagas,
que despedaçam toda e qualquer espécie errante,
desprevenida,
aventureira de vida.
Chove deveras
e é lindo.
Advinham-se tempos de outrora
(mera ilusão!!).
Quando o Sol da primavera despertar paixões e cantos,
a flor nascerá.
A vida vai brotar resplandecente de cada fresta aberta.
Vagarosamente,
a solidão que há poucas horas me assolava a alma,
não passa agora, de uma ténue saudade que se esvai,
perante o cenário radioso
de uma paisagem alentejana (que eu adoro!),
varrida pela chuva de inverno (que eu detesto!!).
João Belém
2010-01-04
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
1 comentário:
Beijinhos.
Enviar um comentário