2009/12/27

SÍTIO DE CRESCER...



Uma noite fria, chuvosa.

Um sítio escuro, húmido.

Uma pequena multidão entusiasta.

Uma bola redonda, viciada.


Uns “putos”alegres,

campeões.

Muitas almas repletas

de estrondosas ilusões.


Bricavam cativos

na noite fria.

Jogavam com o tempo

era deles a alegria.


Acabavam aos gritos,

estridentes vencedores.

Saiam tristonhos

os perdedores.


Mas noutro dia de novo,

as honras foram trocadas.

Todos ficaram felizes

em outras e outras noitadas.


O sítio escuro,

Foi um lugar repleto.

Quem por lá passou,

Sempre se sentiu liberto.


Agora é só recordar,

Aquilo que vemos hoje:

Neste forte militar,

Neste estádio coberto,

Nesta selva imaginária,

Neste mundo de aventuras,

A linguagem é segura,

Não se pensam em vaidades,

Nem em revoltas maduras,

Só interessam as verdades.

O movimento era uma lei.

Parar, era sempre perder.

O esquecimento, não havia.

Naquele sítio de crescer.


Novo é o dia no sítio,

Para contar esta história.

Apenas as memórias ficam,

Dos sonhos da nossa infância.


Amanhã estará cheio,

certamente

de inúmeras caras novas,

de pequenas multidões,

com novas aventuras, puras ilusões.


Um sítio de passagem…

Um sítio de crescer…


Era uma vez em Portalegre, há já uns 45 anos atrás, num local especial, transformado em muitos mundos, misturado com sonhos e ilusões, com Sol e chuva, amigos de verdade juntavam-se para viver a sua infância, continuada depois pela adolescência… um dia de recordar, foi viver com saudades esses tempos gloriosos de termos sido as crianças daquele sítio de crescer…


João Belém

2009-12-24

2009/12/23


DESEJO,

a todos os meus Amigos que conheço e aos que não conheço, e aos meus Amigos seguidores dos meus Blogues e aos visitantes esporádicos,

MUITO SINCERAMENTE,

que o Espírito do Natal vos inspire a todos para acolher o momento do Nascimento de Cristo. E nesse momento de júbilo e alegria, nos lembremos todos uns dos outros.
Dos que conhecemos e dos que esperamos conhecer em breve, dos que nos seguem de perto e dos que sentimos lá longe mas que estão sempre guardados nos nossos corações, dos que partiram e deixaram imensas saudades, dos que seguem a vida ao nosso lado, não esquecendo todos aqueles que estão "um pouco" esquecidos de nós.
Que nesse momento simbólico para todos nós e num abraço de verdadeira amizade, vivamos o momento que só o Natal nos concede. Que nesse instante de Luz e Paz imensa sejamos todos felizes.

UM SANTO E FELIZ NATAL

João Belém

SENTIR O MAR...


Gostava de estar perto de ti,
Ó Mar!
De provar as tuas águas,
Os teus sais.
De sentir as tuas ondas,
Os teus ais.
Gostava de te ver saltar
Entre os seixos dos ribeiros,
Nessas alamedas estreitas donde vens.
Onde nasces, ó Mar?
Gostava de me vestir com o teu lençol
Azul cristalino,
De algas finas
De verde marinho.
Gostava de saber nadar com os teus peixes,
Coleccionar as tuas conchas, ó Mar!
Gostava tanto, mas tanto de estar aí,
Ao pé ti!

João Belém
Julho-2007

2009/12/20

VIAGENS...


Esplêndido, maravilhoso nascer.

O Sol vagaroso ergue-se.

É assombroso!

As fantasmas árvores, porte pequeno, esguio tronco, rasgadas ramagens, pululam a enevoada planície de terra coberta por ténue, débil camada de puro cristal, finíssimo gêlo, que arrefece o corpo, mas aquece a alma do viajante.

O céu momentaneamente acinzenta-se.

Não se descortina se assim ficará ou se se tornará anil.

Adiante, brancos casarios do solo brotam, como esquecidos cogumelos em húmidas florestas.

E o Sol vai subindo entre a neblina, subindo e aparecendo, aqui e ali, entre os novelos redondos de alvas nuvens, aquecendo mais e mais.


É dia.


Rostos de gente engelhados saiem dos borralhos onde pernoitaram, enrolados em negros xailes de sujo pó de fornalha, arrastam-se pelo pedregoso campo, como poeideiras galinhas, aqui e ali bicando, escolhendo o que não há p'ra escolher, procurando sustento, alimento para mais um fraco dia.

Ali e além, uma vedação. Chão lotado, dividido, explorado; idêntico campo de extermínio, concentrado, delimitando terreno de arame esfarrapado, tornando crua, fria, cruel a desoladora paisagem que o Sol ilumina e disfarça.

A esfoemada gentalha ao longe espiando, do casario aguarda, enquanto brota alguma vida do chão fendido, que por fim é arrancada, dividida, abandonada.

Os que podem fogem p'ra longe, para outras paragens, com a cobiça da fácil fortuna, vaidade, fartura.

Acolá, grosso rebanho sobe a ladeira; enoveladas cabras de rude, grosseira lã branca, suja pelo asqueroso pó ocre dos grotescos carreiros, onde alguns homens matam o seu tempo abeirados a toscos, tortos cajados, esculpidos por calejadas, hábeis mãos de trabalho.

Mais à frente, poças d'água escura, fétida, imunda; vestígios de um rio, ribeiro?

Pequenas criaturas verdes, encafuadas, de salientes brancas pupilas, saltando p'ras charcas, banham-se nas águas repelentes, contaminadas; os ares tresandam de cheiros podres de lama corrienta.

O céu enegrece. A chuva talvez caia, finalmente.

Será bem recebida mas escassa.

A fraca brisa sopra, acomete a chuva, pica-a e esta foge.

O Sol novamente aquece, torra o viajante tornando-o viscoso. Ilumina-lhe as sonhadoras, ansiosas, agitadas feições.

O caminho alonga-se, vias, acessos se cruzam entre si, entre terra e cimento, entre pedras e asfalltos, por cima e por baixo.

O ansioso viandante trémulo, avista.

É chegada a hora, castelos e catedral, de vista molhada, orgulhosa por mais um encontro, merecido descanso, desejado anseio de parar por fim.

Ei-la:

Um grande amor perfeito,

Sinto-a no peito com vaidade,

É uma Princesa do Alentejo,

Portalegre minha Cidade.
João Belém
2009-12-20

2009/12/18

NA SUBTILEZA DE UMA GOTA



Na subtileza
de uma gota
que sofregamente desliza,
simples e cálida.
Comovente partícula dos meus segredos,
inúmeros, complexos,
cansados de tanto sal acumulado.

Subtil gota de orvalho corporal,
transparente roçar do rosto,
símbolo de fraqueza ou desabafo.
Sentimento de amor,
sensível desespero da espera,
imagem de apatia burocrática
dum quotidiano nostálgico.

Subtil gotícula que me toca levemente o coração,
e me enternece a alma,
comovente ânsia de te tocar.
Transportar cautelosamente,
te deitar num berço branco e te embalar,
qual criança de peito, (foi um desejo).

Na subtileza de uma gota, personifico-me.

Sinto com o coração o que escrevo e realizo-me.

Descuro toda a imaginação, pois não me serve para nada.

Envolvo-me em sensações e crio...

João Belém
2009-12-18

2009/12/17

SISMO EM PORTALEGRE - Grau 6,1 de Richter (01h 37m)

Senti tremedamente bem com espanto.
Incrédulos 3 segundos em que um estrondo de emoções e receios se inicaram com um ruído intenso bem lá no alto (talvez S.Pedro a arrastar os móveis), logo seguido de tremor no chão e o estalar impressionante de todo o prédio.
Perante tal situação inesperada, fiquei especado sem saber o que fazer, pois os desnorteio dos sentimentos de nada poder fazer é real. Numa fracção ínfima de tempo, revela-se o poder avassalador e imprevisto da natureza.
Neste breve momento de duração do abalo de terra, que nos deixa atónitos no início e incapazes de fazer seja o que fôr, é extraordinário o que a natureza nos proporciona, numa forma assustadora e algo preocupante.

Aconteceu mesmo... hoje em Portugal! E em Portalegre, onde pouco acontece!!

SONHO...

Sonhei que te deixava partir.
Sonho ou não? Na minh'alma
há uma estranha desilusão.
Confuso, mas calmo.,
estarei eu dormindo ou não?
Olho-me ao espelho e vejo-me
em mim - dois "eus" de braço-dado.
Revoltado...
e sonolento, procuro a Verdade...
A resposta certa vem a seguir.
Espreguiça-me... espreguiço-o...
eu... e eu...
- Olha para isto...
já estou atrasado!

João Belém
2009-12-17

2009/12/15

ATÉ AO PRÓXIMO ARRAIAL...

Entrega de prémios aos vencedores do "Arraial fotográfico"

A Câmara Municipal de Portalegre e a Associação Comercial entregaram na segunda-feira, nos Paços do Concelho, os prémios aos vencedores da primeira edição do concurso de fotografia "Arraial Fotográfico".
A cerimónia contou a presença da vereadora Adelaide Teixeira e do presidente da Associação Comercial, Carlos Meira, para fazer a entrega dos prémios, bem como do autor da fotografia que ganhou o primeiro prémio, e dos membros do júri,
Este concurso foi organizado com o intuito de promover e divulgar os Festejos dos Santos Populares no concelho.
O vencedor do "Arraial Fotográfico 2009" foi João Belém, em segundo lugar ficou Maria Luísa Gonzales e em terceiro lugar classificou-se Ricardo Ceia.
Ambos os representantes das entidades promotoras da iniciativa aplaudiram a participação dos concorrentes elogiando as suas fotografias. «É com muito orgulho que entregamos estes prémios, pois as fotos estão muito bonitas. Apesar do prémio ser simbólico consideramos que a iniciativa é importante para promover o nosso arraial», sublinhou Adelaide Teixeira.

Patrícia Leitão (In, Semanário «Alto Alentejo», de 9 de Dezembro de 2009)

No âmbito dos festejos populares

"Arraial Fotográfico 2009" distingue três vencedores

A Câmara Municipal de Portalegre, em parceria com a Associação Comercial, Industrial e Serviços do Distrito de Portalegre anunciaram, na segunda-feira passada, os vencedores do “Arraial Fotográfico 2009”, um concurso de fotografia em homenagem aos Santos Populares que se festejaram na cidade.

O primeiro lugar foi conquistado por João José Belém, com a fotografia “Manjerico de Papel”; a segunda classificação foi obtida por Maria Luísa González, com a fotografia “Rua Luís de Camões – Porta da Devesa”; e o terceiro prémio foi conseguido por Ricardo Ceia, com a fotografia “Manjerico”.

Presente na secção, Adelaide Teixeira, vereadora com o pelouro da Cultura, considerou que esta iniciativa teve como meta “promover o arraial e a nossa cidade”.

Colaborador

(In, Semanário «O Distrito de Portalegre», de 10 de Dezembro de 2009)

João Belém vence


Na presença dos elementos do júri, Adelaide Teixeira, vereadora na Câmara Municipal de Portalegre, e Carlos Meira, presidente da Associação Comercial, foram entregues os prémios e dadas a conhecer à comunicação social as três fotografias vencedoras.

O vencedor do "Arraial Fotográfico" foi João Belém, seguido de Maria Luísa González e Ricardo Ceia que arrecadaram o segundo e terceiro lugares, respectivamente. Adelaide Teixeira e Carlos Meira, representantes das entidades promotoras do "Arraial Fotográfico" agradeceram a participação dos concorrentes e a apreciação do júri, felicitando, particularmente, aqueles que conseguir conquistar os três primeiros lugares.


"É com muito orgulho que entregamos estes prémios", referiu Adelaide Teixeira, destacando que o júri "teve um papel preponderante" e que "escolheram bem" os vencedores desta primeira edição do concurso de fotografia. Por último, a vereadora fez referência ao facto de os prémios "serem simbólicos", no entanto realçou a importância deste evento com vista a "promover o arraial, a nossa cidade e a nossa região".

Textos: Catarina Lopes
(In, Bissemanário «FONTE NOVA», de 12 de Dezembro de 2009)

2009/12/11

CARTA DE DIVÓRCIO


Querido,
Estou a escrever esta carta para dizer que te vou deixar para sempre.
Fui uma boa mulher para ti durante sete anos e não tenho nada a provar.
As duas semanas passadas foram um inferno, o teu chefe chamou-me para dizer que te tinhas demitido e isto foi a última gota.

Na semana passada, chegaste a casa e não notaste que eu tinha um novo penteado e tinha ido à manicura. Cozinhei a tua refeição preferida e até usei uma nova lingerie. Chegaste a casa, comeste em dois minutos e foste dormir depois de ver o jogo.

Não me dizes que me amas, nunca mais fizemos sexo.

Ou me estás a enganar ou já não me amas mais, seja qual for o caso, vou-te deixar.

A tua Ex-mulher

P.S - Se me quiseres encontrar, desiste. O teu IRMÃO e eu vamos viajar para as Bahamas e casar!
---------------------------------------------
Querida ex-mulher.
Nada me fez mais feliz do que ler a tua carta.
É verdade que estivemos casados durante sete anos, mas dizeres que foste uma boa mulher é exagerar.
Vejo futebol para tentar não te ouvir a resmungar a toda a hora.
Assim não valia a pena.
Realmente reparei que tinhas um novo penteado na semana passada, a primeira coisa que me veio à cabeça foi "Pareces um homem!".
Mas a minha mãe sempre me disse para não dizer nada que não fosse bonito.
Quando cozinhaste a minha refeição preferida, deves ter confundido com a do MEU IRMÃO, porque deixei de comer porco há sete anos.
Fui dormir porque reparei que a lingerie ainda tinha a etiqueta do preço.
Rezei que fosse uma coincidência o meu irmão ter-me pedido emprestado 50,00 EUR e a lingerie ter custado 49.99 EUR.
Depois de tudo isto, eu ainda te amava e senti que podíamos resolver os nossos problemas.
Assim quando descobri que eu tinha ganho o Euromilhões, deixei o meu emprego e comprei dois bilhetes de avião para a Jamaica. Mas quando cheguei a casa já tinhas ido.
Tudo acontece por alguma razão. Espero que tenhas a vida que sempre sonhaste.
O meu advogado disse-me que devido à carta que escreveste, não vais ter direito a nada. Portanto cuida-te.
Assinado: Milionário e Solteiro
P.S. - Não sei se eu alguma vez te disse isto mas o Carlos, o meu irmão, nasceu Carla. Espero que isto não seja um problema.

2009/12/02

VAMOS AJUDAR...

Sobre este post que me pediram para publicar, informo todos os que de algum modo manifestaram interesses variados sobre esta causa, que existe o Movimento Pijaminha e que, segundo informação escrita de uma sua Responsável, tem havido, de facto, muita polémica à volta deste projecto, e tal aconteceu porque "quem conta um conto, acrescenta-lhe um ponto"... Há muita gente a escrever em nome desta causa, sem qualquer conhecimento sobre o mesmo, e exemplo disso são as mensagens que aparecem divulgadas em vários órgãos de comunicação social, que com a intenção de ajudar informando, pecam por desinformar e causar constrangimentos e confusões.
É importante, por isso, que se perceba que o Movimento Pijaminha é um projecto válido e sério, com a sua própria verdade.
Por este motivo é necessário visitar o blog, http://movimentopijaminha.blogspot.com/ , pois apenas lá poderão obter a verdadeira informação.

2009/12/01

CONVERSA ENTRE DUAS MORTAS...

Morri congelada.


- Ai que horror!!! Deve ter sido horrível ! Como é morrer congelada ?

- Bom, no começo é muito ruim: primeiro são os arrepios, depois as
dores nos dedos das mãos e dos pés, tudo congelando...
Mas, depois veio um sono muito forte e eu perdi a consciência.

- E você, como morreu ?

- Eu ?????? Morri de ataque cardíaco.
Eu estava desconfiada que meu marido estava me traindo.
Então, um dia cheguei em casa mais cedo, corri até ao quarto e ele
estava na cama, calmamente assistindo televisão.
Ainda desconfiada, corri até o portão para ver se encontrava alguma
mulher, mas não encontrei ninguém.
Depois, corri até o segundo andar, mas também não vi ninguém.
Então, subi até o sótão e, ao subir as escadas, esbaforida, tive um
ataque cardíaco e caí morta.

- Puxa, que pena... Se você tivesse procurado no frigorifico, nós duas
estaríamos vivas !...