2009/11/18

HISTÓRIA DE VIDA!


O meu amigo Josué fez 50 anos no dia 17.
E como sempre há uns anos a esta parte, não comemorou a data marcante na vida de qualquer um de nós, porque se sente indiferente a estes condicionalismos que nos impõem deste pequenos. Para ele a própria vida já é uma festa vivida cada dia, cada hora com os todos os seus minutos e segundos. Do que lhe conheço e sei de antemão como os viveu, os seus 50 anos de vida arrecadam muitas histórias com emoções e sensações, desânimos e esperanças ardentes, promessas e desilusões, muitos momentos de felicidade (a tal que anda desaparecida há imensas luas), de momentos de tristeza e melancolia (que deambulam muito por estas paragens e o Josué faz disso ponto importante no momento presente), tragédias do quotidiano (familiares e amigos íntimos que partiram abruptamente e que o têm mantido em respeito póstumo). No fundo, no fundo todos estes contrastes são comuns a qualquer um de nós, pois somos homens como todos os outros, com as suas virtudes e os seus defeitos.
O meu amigo Josué não se acha nenhum ser supremo e infalível que valha a pena esmiuçar e falar com ênfase; não gosta de falar de si, abomina que falem dele, sobretudo mal, sem saberem ao certo quem ele é ou deixa de ser.
Tudo o que fez ao longo de 50 anos da sua história de vida, acredita piamente poder vir a fazer de novo muitas e novas coisas. Algumas concerteza, não concretizará, terá algumas capacidades e estímulos menos eficientes para as realizações que tenha ambicionado; é verdade que temos que nos adaptar às realidades e aos novos anseios que o dia a dia nos trazem, fruto de novos ideiais que o quotidiano repleto de incertezas e futurologias baratas e idiotas nos impingem. Contudo, acredita convicto que poderá dar continuidade, para melhor, ao que desenvolve actualmente. O seu método é: Seguir em frente sem medos, mas… sempre de pé atrás!!
Os seus 50 anos não são, para ele, um fim de etapa e/ou um começo. É uma marca como todas as que se vivem dia a dia. Temos é que dar graças a Deus (para quem é cristão, como ele) por termos alcançado e vivido mais este dia. Todos os outros que passam são marcas na história da nossa vida. Uma data igual a tantas datas, que se alcançou, se viveu e passou; ficou marcada, concerteza! naquele livro que todos nós carregamos às costas, chamado destino, que dum lado estão as coisas boas e do outro lado as coisas más, (o meu amigo acha que o livro dele tem as folhas todas trocadas e que um dia, vai ter o previlégio de o abrir de novo e ordenar tudo desde o começo; mas espera, sem fazer futurologia que amanhã não seja a véspera desse dia); como estava dizendo, os dias, para o Josué, simplesmente passam. Segue-se em frente! Hoje é um novo dia e vamos vivê-lo tão intensamente como vivemos o de ontem. Futurologia não faz, nem pensa sequer nisso; desistiu há muito tempo. Não acredita em dádivas terrenas, somente as divinas são de receber e agradecer. E mesmo estas também têm contrapartidas!!
«Pretendo viver cada dia como se fosse único. Amanhã, talvez...» diz ele.
«Poderei concretizar o que não fiz, fazendo e demonstrando toda a vontade e ânimo de que sou feito e só isso me faz avançar no tempo que escasseia, a todo o instante, em cada segundo que passa.»
Dizem por aí que a partir dos 50 anos, a serra é sempre a descer e que, segundo Platão, a velhice tem de se temer, pois nunca vem só.
Eu acho que estas afirmações são meias-verdades, pois a serra é sempre a descer a partir do momento em que se nasce.
Quanto à velhice… não há qualquer remédio, nem terapia, nem plástica que a salve, venha ela só ou acompanhada.
Embora acredite na máxima de que velhos são os trapos e que um pensamento actualizado e receptivo a mudanças rápidas e a avanços radicais no nosso quotidiano, são estímulos fortes para que velhice se transforme em jovialidade, O Josué segue o seu caminho confiante.
«Espero que a minha alma tenha sempre o alimento suficientemente recheado de bons handicaps para me sentir sempre confiantemente jovem e actualizado, apesar dos companheiros da vida, que a velhice me irá apresentar. Terei sempre um cantinho na minha casa para receber quem vier por bem. Caso contrário, nunca lhes abrirei a porta. E se forem mais teimosos do que eu e mesmo assim entrarem… meus amigos, chamem a polícia, porque eu não vou pagar… »

Malafaia
2009.11

3 comentários:

Antónia Ruivo disse...

Gosto do josué embora não o conheça.

João Belém disse...

Eu acho que conheces o Josué.

Antónia Ruivo disse...

Faz tempo que não sei nada do Josué