2013/04/25

GOOGLE no 25 de Abril de 2013



É com certa mágoa e indignação que me vai na alma, que ao ligar o meu PC e entrar na net surpreendentemente me deparo com a iniciativa que a Google decidiu nos presentear na sua animação comemorativa desta data inesquecível da História de Portugal, escolhendo, (mal, penso eu), como dia do nascimento da denominada "The First Lady of Song," Ella Fitzgerald em detrimento da data de 25 de Abril de 1974 que deve estar para sempre, na história como o dia em que Portugal deu os seus primeiros passos em direção à democracia.

Bom, nós somos Portugueses aqui e a nossa História é mais importante ser relembrada e vivida em cada dia que passa como dia de luta e indignação, direito este que todos nós manifestamos, cada vez mais, nestes tempos de crise global que nos afeta e nos toca particularmente, tornando-nos seres tementes ao que o destino nos reserva e, por isso, relembrar o 25 de Abril de Portugal é reviver todos os momentos de alegria, solidariedade, esperança, renascimento, promessa de um País mais justo e livre, no fundo, Futuro mais risonho - sentimentos vividos naquele dia 25 de Abril de 1974, que hoje infelizmente são meras ilusões e que não podemos evitar de os relembrar, apesar de nos imporem ideias e outras datas que nada têm a ver com a nossa dura realidade nacional.
O 25 de Abril de 1974, como data incontornável e inesquecível para sempre deve ser sempre marcada e relembrada pois é a Nossa História, A História de Portugal e dos Portugueses.
Neste dia não devem existir meros atos de censura ou imposições de esquecimento.
Imperdoável, sem dúvida!

2013/04/04

Alacrimia congénita



Queixumes perdidos entre os dentes gastos,
do meu íntimo repleto de desumanas lutas.
A lenta barba cresce e acinzenta-se caindo em pó de lava apagada cobrindo calçadas famintas.
Perante a esmorecida luz do descontentamento atroz,
vil maneira de sucumbir aos dias, às horas vazias de largos silêncios, os pés arrastam nos duros e cúbicos graníticos paralelos.
Logo à partida, desafios gorados.
Na assombrosa montanha de "des" e "ses" e "talvez" se constrói o mundo meu indestrutível (pensava!).
Numa fatídica união de fato.

Num mero fim de estação, dia, semana, mês talvez... acúleos brotaram rudes, sub-reticiamente na raiz fasciculada do meu âmago, qual ser draconiano que me envolve e me consome de raiva e me torna clorofílico.
Fogo brota entre dentes e lábios de diabo solto, numa insana loucura de lumes, risos, gestos.
(O peito arde).
As têmporas de veias duras, palpitam e explodem em dores... e prantos de viúvas.
A raiva nasce... rói... corrompe... dilacera... rói de novo... numa moinha pulverizada de riscos e pontos e vírgulas e exclamações. No fim interrogações.
Promessas... Sinas... Ses... Des... Talvez contradições... E muitas... imensas desilusões!

Esgotaram-se as lágrimas...


João Belém

2013.03.11